Tenho 38 anos. O que é que isso interessa quando estamos a falar de pelos? Muito. Cresci nos anos 90, uma época em que o pelo feminino foi mais diabolizado do que nunca. As sobrancelhas eram finas ao ponto de parecerem apenas um risco acima dos olhos. Copiavam-se os visuais impossíveis das top models da altura, aplicava-se cera a escaldar, a pinça saía da gaveta todos os dias, era uma tortura com consequências irreversíveis. Sorte a minha que sempre tive duas lagartas por cima dos olhos o que, duas décadas depois, me permitiu aderir ao look natural / sobrancelha grossa, sem ter grandes problemas.
Já no que toca a pilosidade corporal, a conversa é outra. Em 2022, já nos habituámos à normalização do pelo, graças a celebridades, a influenciadoras digitais e a muitas mulheres que, tendo uma voz e imagem públicas, exibem sem pudor axilas, pernas e virilhas com pelos. E até a publicidade de marcas de produtos de depilação a fazer a apologia da liberdade de escolha, ao invés de impor padrões completamente inatingíveis, como pernas impossivelmente sedosas, axilas de veludo ou virilhas onde parece que nunca nasceu um pelo.
A partir dos 12, 13 anos, as lâminas, a cera, os cremes depilatórios começaram a fazer parte do meu dia a dia. No verão, e em todos os verões até aos meus 30 e poucos anos, o pelo estava sempre associado à vergonha. Como ir à praia com pelos? Não se ia. Era preciso arrancar, inspecionar, voltar a passar uma lâmina, garantir que cada centímetro de pele exposto não tinha sequer um pelo perdido. Uma tortura, uma canseira.
Foi mais ou menos há uma década que começaram a surgir em massa clínicas de fotodepilação, depilação a laser e outras técnicas que prometiam a remoção permanente dos pelos. O El Dorado para mulheres e homens, que começaram a gastar quantias obscenas de dinheiro tendo em vista a promessa de um corpo antagónico à nossa natureza: sem pelos.
Foi também mais ou menos nessa altura que comecei a ter as primeiras experiências com depilação permanente. Muitas correram mal, poucas correram bem, a maior parte não deu qualquer resultado. Gastei dinheiro em clínicas caras, em clínicas de vão de escada, em vouchers de plataformas de cupões que me fizeram ir parar a sítios com condições duvidosas.
Ao fim de mais de 10 anos, o meu corpo parecia uma manta de retalhos e, às tantas (e inspirada por muitas mulheres nas redes sociais e também na vida real), comecei a deixar de me preocupar tanto com o tema. Passei a ir à praia com as pernas por depilar, passei a andar de saias sem medo que me olhassem para a meia dúzia de pelitos que andam por ali e... surpresa! Ninguém quer saber. A sério. Ninguém quer mesmo saber.
Quando, na MAGG, recebi o convite (como recebemos para fazer experiências em hotéis, restaurantes, spas) para ir à Depilconcept, torci o nariz. Analisado todo o meu histórico, será que valeria a pena? Será que não estava a 'trair', digamos assim, os meus princípios de liberdade pilosa, ao submeter-me a mais sessões que, vai na volta, não iam dar em nada? Para efeitos jornalísticos, aceitei. Mas de forma cética.
E, cinco sessões volvidas, a coisa correu melhor do que eu estava à espera. Escolhi uma zona, digamos assim, chata. As coxas. No meu caso, que tenho a pele clara e o pelo fino e não demasiado escuro, a tarefa revela-se ainda mais complicada. É fácil ir 'destruindo', digamos assim, pelo escuro mas, quanto mais fino e claro for, mais difícil se torna a tarefa. E o que fui percebendo, logo desde a primeira sessão, é que existe uma regra que deve ser cumprida para que a técnica escolhida (no meu caso, a luz pulsada) tenha efeito: apanhar o pelo na fase certa do ciclo de crescimento, ou seja, a fase anágena.
Entre a primeira e segunda sessão, e até que os pelos entrem na fase de crescimento, passam 45 a 90 dias. Mas, como nem todos os pelos do nosso corpo (ou da parte escolhida) estão na mesma fase de crescimento, o que acontece é que apenas uma percentagem é 'apanhada', digamos assim, pela luz pulsada. Daí serem necessárias várias sessões. E, claro, respeitar com algum rigor o tempo entre cada uma das sessões.
As regras de ouro da depilação permanente
- Respeitar o ciclo de crescimento do pelo e o tempo entre sessões;
- Esfoliar a pele regularmente (nos dias anteriores à sessão, mas nunca no dia anterior);
- Hidratar e proteger (usar produtos hidratantes específicos e proteção solar sempre, mesmo nos meses de inverno e mesmo em zonas em que achamos não estar expostos ao sol. Fazer depilação permanente no verão está, claro, fora de questão, a não ser que optem por nunca se exporem ao sol);
Ao longo de cinco sessões na DepilConcept da Avenida da Liberdade, em Lisboa, fui vendo os pelos gradualmente a desaparecerem. Se desapareceram por completo? Não. Serão necessárias mais sessões de manutenção. Mas uma coisa é certa. Dificilmente alguém me apanhará a fazer depilação com cera ou lâminas novamente.
A técnica usada foi a luz pulsada, um método de fototerapia que, através de pequenos disparos, converte a energia térmica, atuando diretamente nos folículos pilosos, enfraquecendo-os e inibindo progressivamente o crescimento do pelo. Os preços de tratamentos de depilação permanente começam nos 15€ por sessão e variam de acordo com a necessidade de cada pessoa.
Até 31 de janeiro, as clínicas DepilConcept têm em vigor uma campanha de até 50% de desconto nos packs de depilação permanente e fototerapias. Para aderir à promoção, é preciso fazer uma inscrição online.