O segundo dia do MEO Marés Vivas, este sábado, 15 de julho, foi marcado pelo calor que se sentiu na Madalena, em Vila Nova de Gaia. Não literalmente, já que o tempo até arrefeceu face ao primeiro dia de festival, mas com o concerto de J Balvin, foi impossível não sairmos de lá a transpirar.
O cantor colombiano atuou depois de Cláudia Pascoal, Carolina Deslandes e Bárbara Tinoco, e Pablo Alborán. Depois de um atraso de cerca de meia hora para o início do espetáculo, as bailarinas lá apareceram todas camufladas e tapadas da cabeça aos pés. Do cimo do que parecia ser um carro gigante, J Balvin apareceu igualmente tapado, com uma máscara a cobrir-lhe a cara, que acabou por tirar, para um concerto com uma duração de cerca de 70 minutos.
1. As bailarinas deram tanto ou mais show do que J Balvin
Podia ser um ponto negativo, mas não é, dado o tamanho talento de cada uma que subiu ao palco. Foram as bailarinas que iniciaram o espetáculo, tapadas da cabeça aos pés, vestidas com uns fatos justos e uma máscara a cobrir a cara. Tal não impediu de espalharem sensualidade por todo o recinto que parou para as ver.
Durante todo o espetáculo, as bailarinas, que foram trocando de roupa, não só acompanharam J Balvin, como dançaram várias com ele (ou para ele, vá, já que ele de dançarino pareceu ter pouco). O talento era tal, que houve vários momentos em que o cantor colombiano saía do palco e o show parecia ser só delas.
Às vezes a solo, outras vezes em grupo, às vezes todas à direita, outras todas à esquerda ou espalhadas pelo palco, com muito twerk à mistura (e em posições que parecem humanamente impossíveis, como a fazer a espargata enquanto se faz o pino), sensualidade e ousadia são as palavras ideais para descrever a performance das bailarinas.
O público não pareceu importar-se com o destaque das bailarinas durante o concerto, mesmo quando J Balvin não estava em cima do palco, dado que se olhava à volta e via-se a cara de espanto (e encanto) das pessoas a observá-las tanto no palco como nos dois ecrãs gigantes, um de cada lado do palco.
2. A concretização de três sonhos
Um aspeto positivo de J Balvin é a interação com o público. O cantor colombiano pede, do início ao fim, que as pessoas saltem, cantem, dancem ou liguem as lanternas dos telemóveis. Além disso, dirige-se várias vezes aos fãs, em português, inglês ou espanhol, ou uma mistura dos três, como às vezes acontecia.
Na música “La Canción”, o colombiano surpreendeu tudo e todos ao chamar três jovens raparigas ao palco para o conhecer e para cantar o êxito com ele. Depois de as abraçar, sentaram-se os quatro no palco, lado a lado. O êxtase das jovens era tal, que a cara de espanto não lhes saiu da cara durante toda a música.
Este foi dos momentos mais bonitos do concerto, com tanta emoção à mistura, para as fãs e para o público, que ficou tão contente pela oportunidade que as jovens tiveram quanto elas mesmas. J Balvin depois levantou-se e agradeceu às raparigas, que não saíram do palco até dar ao cantor um último abraço.
3. De repente, o MEO Marés Vivas tornou-se na maior discoteca de Portugal
J Balvin prometeu e cumpriu. “Vamos fazer aqui a maior discoteca de Portugal”, gritou várias vezes. A verdade é que nem estávamos à espera de como o espetáculo muda mais ou menos a partir do meio. Se já havia muita energia em cima do palco e no público, esta aumentava a cada música que o cantor cantava.
Músicas como “In da Getto”, com Skrillex, “I Like It”, com Cardi B e Bad Bunny, ou “Ritmo”, com Black Eyed Peas, levaram o público à loucura, com confetis e fumo a serem lançados cada vez que o som explodia.
Este concerto já deixava as expectativas bem lá em cima só por ser um nome de referência do reggaeton, mas a verdade é que superou, de longe, tudo o que pudéssemos imaginar. Os fãs do cantor sentiram cada minuto do concerto, e mesmo quem achava que não conhecia muitas das músicas, acabou surpreendido e a cantar 90% do tempo, já que muitas delas passam na rádio e é praticamente impossível atualmente ir a uma discoteca e não passar pelo menos uma de J Balvin.
O concerto foi de 70 minutos, que pareceram 30. Com a energia que se sentia naquele recinto, o cantor podia ficar em cima do palco durante 3 horas, que o público não ia parar de dançar e cantar bem alto.