O terceiro e último dia do MEO Marés Vivas, este domingo, 16 de julho, continuou com um tempo fresco na Madalena, em Vila Nova de Gaia, mas só até ao concerto dos cabeça de cartaz: os Black Eyed Peas. A vontade de os assistir bem de perto era tanta que, apesar deste dia do festival não ter esgotado, tal como aconteceu no primeiro, em que os Da Weasel atuaram, dava a sensação de que ainda estariam mais pessoas em frente ao palco principal e o público quase não dispersava entre concertos para ter o melhor lugar para os assistir.

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O grupo de hip hop, R&B e eletrónica que se formou em 1992 atuou depois de The Script, que brindaram o público com as músicas “Superheroes” e “Hall of Fame” e ainda cantaram a “Nothing” com o ex-namorado de uma fã ao telemóvel, fazendo com que, no fim, a multidão lhe gritasse “goodbye, asshole”, Fernando Daniel e Xavier Rudd. Eis 3 destaques do concerto.

1. Dizem que já estão acabados, mas estão aí para as curvas

Os Black Eyed Peas formaram-se em 1992 e a década de 2000 foram os seus anos de glória. Confessamos que este foi o primeiro concerto a que assistimos do grupo, mas já íamos com as expectativas pouco altas, dado que dizem que o grupo já não é o que era antigamente.

Com certeza que nos tempos áureos do grupo em que os membros também estavam na flor da idade a performance era para lá de incrível e que Fergie, cantora que integrou os Black Eyed Peas de 2002 a 2018, também dava um brilho diferente à atuação. Mas J. Rey Soul também está à altura do desafio, com a sua voz poderosa e sempre a emanar sensualidade.

A verdade, é que de acabados não têm nada e a saúde do grupo está bom e recomenda-se, depois do show que deram. Com músicas como “Pump It Harder”, “Scream and Shout”, “Boom Boom Pow”, "The Time of My Life” ou “I Gotta Feeling”, o público enlouqueceu ao recordar temas que marcaram gerações. Mas as mais recentes também entraram para a setlist, como “Mamacita” ou “Ritmo (Bad Boys for Life)”.

A cantar por vezes juntos, outras vezes a solo, os membros do grupo deixaram tudo em cima do palco nesta atuação. Saltaram, mandaram saltar e o Apl.de.Ap conseguiu fazer uns moves de dança que até fizeram o público esquecer-se dos seus 48 anos.

2. Sofia, a fã que pareceu um deles

Sofia é uma fã dos Black Eyed Peas que estava perto da primeira fila a assistir bem atenta ao concerto, na possibilidade de que o grupo visse o cartaz que segurava e realizasse o seu sonho. No cartaz, a jovem do Porto pedia para cantar com o grupo o êxito “Where is the Love?”, a sua música favorita de todos os tempos, e informava que também conseguia fazer o rap.

E tanto sonhou, que o grupo não só leu o cartaz, como a chamou ao palco. Apesar de se perceber a emoção de Sofia por estar a viver algo único, parecia que a jovem tinha treinado para aquele momento a vida toda. Com a letra sabida de uma ponta à outra, com um à vontade fora do comum para quem não está habituado a cantar para uma multidão e ao lado dos seus ídolos, e a voz bem afinada, este foi o momento mais bonito e comovente do concerto.

Até os membros do grupo estavam surpreendidos com o que estava ali a acontecer. Sofia cantou toda a música, fazendo dueto com o cantor que fazia cada parte da canção, e nenhum deles ficou indiferente. E não podemos afirmar com 100% de certeza, mas pareceu que alguns deles também ficaram comovidos.

Este vai ser, sem dúvida, um momento que nunca mais vai sair da memória de Sofia por ter realizado um sonho, mas os Black Eyed Peas e todo o público também não se vão esquecer. Até porque o público a apoiou até ao fim, gritando pelo seu nome em várias partes da música e a torcer para que corresse tão bem quando a jovem idealizou. No início as pessoas estavam meio apreensivas sem saber o que iria sair dali, mas rapidamente perceberam que estavam a assistir a um momento especial.

3. Interação com o público na mouche

Num concerto, além da qualidade vocal, do talento para a dança, do cenário escolhido e dos looks dos membros do grupo, a interação com o público é dos aspetos mais importantes para prender as pessoas do início ao fim do espetáculo. Até porque a multidão quer sentir-se mais perto dos artistas e sentir que fez parte da atuação.

Os Black Eyes Peas acertaram na mouche quanto a isso. Se bem que o Will.i.am podia deixar as gravações do concerto a quem as compete, já que entrou no palco de telemóvel na mão e passou quase todo o concerto a gravar o público, os colegas e, claro, a si mesmo, e a fazer direto no Instagram.

Tirando isso, não temos nada a apontar. Os membros tentaram falar com o público em espanhol, mas foi Taboo quem assumiu as rédeas, já que Will.i.am confessou que se o espanhol dele era mau, o português era pior ainda.

Desde o momento com a Sofia, ao Taboo a descer do palco para realizar o desejo de uma fã que segurava um cartaz a pedir para tirarem uma fotografia com ela, atirarem as palhetas e as baquetas no final, muito fumo, confetis e até fitas lançadas e, no final, até subiram alguns fãs ao palco.

Além disso, agradeceram vezes sem conta à cidade do Porto e gritaram o seu nome repetidamente em vários momentos do concerto, dizendo ainda que o Porto é que é a capital de Portugal. Ainda fizeram umas brincadeiras com o público, como perguntar se as raparigas são mais bonitas no Porto ou em Lisboa. No final, levantaram uma bandeira de Portugal e agradeceram a todos os fãs.

Black Eyed Peas
créditos: MAGG