Taylor Tomlinson tem apenas 20 anos, mas diz que já está farta de ser adulta. A própria explica: embora se apresente como já sendo demasiado velha para festas loucas — como todos os excesso a elas associados —, ainda acredita ser demasiado cedo para casar, ser mãe e constituir família. E porque é que isso tem de estar nos planos, afinal? É essa a pergunta que a própria se faz ao longo de "Quarter-Life Crisis", o seu espetáculo de stand-up disponível no catálogo da Netflix.
Durante cerca de uma hora, a humorista analisa a forma como cresceu e se formou num mundo que já não reconhece e no qual, diz, não está pronta para viver e assumir responsabilidades de pessoa adulta. Pelo meio, analisa as relações conturbadas em que se envolveu, crítica as convenções sociais que esperam que seja uma super-mulher e reivindica para si o direito de ser o que quiser ser.
Já Ali Wong, no seu espetáculo "Baby Cobra", indica ponto por ponto alguns dos aspetos negativos do feminismo num registo controverso, bem humorado e sempre subversivo. Estas são só duas das nossas sugestões para um serão em frente à televisão com muito humor e gargalhadas. Mas há mais.
Sugerimos-lhe cinco espetáculos de stand-up feitos por mulheres para ver na Netflix.
"Ali Wong: Baby Cobra"
Lançado em 2016 e disponibilizado na Netflix, "Baby Cobra" de Ali Wong aborda uma panóplia de temas: os excessos nas relações, as aventuras sexuais que protagonizou, a obsessão característica de acumular coisas em casa — mesmo aquelas de que não se precisa — e os aspetos negativos de feminismo.
Oi, como disse? É isso. Palavra de Wong. Se decidir ver este especial de comédia, prometemos muitas gargalhadas e momentos em que vai querer esconder-se de vergonha, ainda que não haja quaisquer motivos para isso.
Afinal, não precisa de concordar com o que ouve. Nem Wong espera que o faça.
"Sarah Silverman: A Speck of Dust"
Lançado em 2017, este foi o primeiro espetáculo de stand-up de Sarah Silverman depois de ter estado durante algumas semanas internada numa unidade de cuidados intensivos devido a uma infeção bacteriana.
Neste especial, a comediante aborda a vida, a noção de fragilidade e os momentos hilariantes que a própria protagoniza na sua vida rotineira.
O especial fica marcado por momentos de enorme intimidade, mas também de muito humor — parte dele, sempre ácido.
"Taylor Tomlinson: Quarter-Life Crisis"
Taylor Tomlinson tem apenas 20 anos e já está farta de ser adulta. Por um lado, sente-se demasiado velha para festas loucas, mas, por outro, bastante nova para casar e pensar em constituir família.
Ao longo de pouco mais de uma hora, Tomlinson fala do que é ser adulta num mundo cada vez mais extremado e frenético, sem nunca tirar o olho das relações conturbadas, das atrações que resultaram em desgostos e da relação com a família.
E é talvez a melhor hora de humor lançada pela Netflix em 2020.
"Amy Schumer: Growing"
Em 2019, a vida de Amy Schumer deixou de ser o que era. Foi precisamente por aí que a humorista começou o seu espetáculo, "Growing", quando este foi lançado na Netflix. Na altura, a comediante pôs um ponto final às noites loucas, aos excessos e ao sexo irresponsável. Afinal, era uma mulher casada e estava grávida do primeiro filho. Só que a gravidez foi tudo menos aquilo que os livros e os blogues diziam ser.
A comediante sofreu de hiperémese gravídica, uma condição caracterizada por náuseas e vómitos constantes. Regra geral, estes sintomas melhoram a partir da 20.ª semana de gestação, mas ao quinto mês de gravidez já Schumer tinha sido hospitalizada por duas vezes consecutivas.
"Se tiveram uma boa gravidez e se gostaram de estar grávidas, espero que o vosso carro capote", diz a certa altura. É este olhar divertido, mas quase documental da gravidez, que a humorista proporciona no seu espetáculo.
Recomendamos com amizade.
"Nikki Glaser: Bangin'"
Neste espetáculo de stand-up lançado em 2019 na Netflix, a humorista Nikki Glaser vai a jogo e fala abertamente sobre sexo, superação pessoal, inseguranças várias (afinal, quem nunca neste mundo tão caótico, não é verdade?) e sobriedade.
De mãos dadas entre o humor surreal e a crítica ácida, o resultado é um especial de pouco mais de uma hora que roça o hilariante e o obsceno num constante pisar do risco.