Joacine Katar Moreira, a deputada não-inscrita, é uma das protagonistas da nova curta-metragem do realizador guineense Welket Bungué. Ainda que não seja a primeira vez que a deputada, anteriormente associada ao Livre, participe em cinema, é a primeira vez que o faz desde que tem assento parlamentar. Nesta curta-metragem com o título "Mudança", o realizador, que recebeu muitos elogios de Joacine, tem como objetivo "apelar à união, celebrando as diferenças de cada um."

Para a deputada não-inscrita, a cultura é "uma bomba de oxigénio" e refere que aceitou fazer parte desde projeto porque este aborda questões como a interculturalidade e a questão de género na sociedade portuguesa. "Aquela sou eu", explica em declarações ao jornal "Público".

“​Já acompanhava o trabalho de Welket Bungué com muito entusiasmo, mas foi uma completa surpresa este convite, para mais tendo em conta o momento que vivemos”, começa por explicar a deputada. “

Os parvos que odeiam a Joacine porque acham que ninguém os toma por parvos
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E continua, em declarações ao mesmo jornal: "Aceitei o convite de participar neste projecto porque confio no trabalho de Welket e tinha quase a certeza de que seria sério e dignificante. E o facto de ter uma vertente artística forte também me atraiu. No filme, não me consigo desligar daquilo que sou, mesmo porque não foi isso que me foi pedido." Quanto ao resultado final, faz um balanço positivo da sua participação e acredita que "valeu a pena o risco".

O realizador fala da participação de Joacine como "híbrida", na medida em que esta participa, não só "enquanto cidadão ativamente engajada nas políticas sociais que visam o empoderamento e humanização, no sentido democrático do termo, para as comunidades e minorias étnicas que são desfavorecidas ou alienadas pelo sistema político-social vigente", mas também enquanto atriz que se vê cingida ao texto da sua personagem.

"Neste sentido, Joacine vê-se deslocada simbólica e convencionalmente daquilo que é a situação de escrutínio político com que ela se tem visto obrigada a ter de lidar", continua Welket Bungué à mesma publicação.

A curta-metragem, com uma duração de cerca de 30 minutos, pode ser vista no site oficial do Teatro Bairro Alto.