Imagine um episódio de "Bridgerton", no qual as jovens da alta sociedade são apresentadas ao mundo com vestidos do mais requintado e luxuoso que existe. Em pleno século XXI, isso ainda acontece. Não em Portugal, não no Reino Unido, mas em França, mais concretamente em Paris. Falamos do Le Bal des Débutantes, popularmente conhecido como Le Bal, que é uma reinvenção dos tradicionais bailes da corte inglesa.
Trata-se de um evento anual, realizado no luxuoso Hotel Shangri-La, na capital francesa, e é tudo aquilo que se possa imaginar: uma noite em que a opulência anda de mãos dadas com a magia de um conto de fadas moderno, criando uma experiência que muitos associam à série de época da Netflix, mas com um impacto solidário e um propósito renovado, como se pode ler no site oficial do certame.
Mas vamos por partes. O Le Bal foi criado em 1994 por Ophélie Renouard, conhecida empresária e socialite francesa, com uma missão que vai muito além do glamour. Isto porque, além de apresentar jovens mulheres de todo o mundo, que são elevadas pelas suas raízes aristocráticas ou de berços de ouro, inclui uma forte componente de filantropia, já que o objetivo é arrecadar fundos destinados a causas nobres.
O evento já apoiou várias instituições, entre elas o hospital Necker-Enfants Malades, e atualmente apoia a World Central Kitchen, que fornece refeições aos mais vulneráveis na sequência da crise global. A par disto, já contou com participantes conhecidos do público – é o caso de Amelia Windsor, filha mais nova de George Windsor, conde de St. Andrews, e neta do duque de Kent, primo da rainha Isabel II, diz o "Daily Mail".
Achava que a lista se ficava por aqui? Nem pensar. Outros nomes que já passaram pelas várias edições do Le Bal vão da princesa Lissie Sellassie, descendente da família real etíope, a Ava Phillippe, filha da atriz norte-americana Reese Witherspoon, passando pela atriz Lily Collins, filha do cantor Phil Collins, ou Eileen Gu, atleta olímpica de esqui. Aliás, até Portugal já esteve metido nestas andanças.
Dizemos isto porque Maria Francisca de Bragança, a filha dos duques de Bragança, Duarte Pio e Isabel de Herédia, foi uma das 20 debutantes do 25.ª edição do Le Bal, que aconteceu em 2017. E não foi a única: quando tinha 17 anos, na edição de 2016, Daniela Figo, a mais velha de três filhas do ex-jogador de futebol Luís Figo, também foi uma das jovens apresentadas, de acordo com a "Lux".
Antes, as debutantes eram obrigadas a usar vestidos brancos, que simbolizavam a virgindade, como acontecia no apogeu destes bailes, visto que o objetivo de eventos deste género passava por fazer com que as mulheres encontrassem um parceiro adequado para o casamento. Agora, a conversa é outra, já que podem usar os vestidos mais pomposos que existem, com assinatura de designers famosos – menção honrosa para a criação Jean Paul Gaultier que Lara Cosima Henckel von Donnersmarck usou no ano passado.
A tradição que continua a subsistir à passagem do tempo é a existência de um cavalheiro que acompanhe as debutantes, podendo este ser um namorado, irmão, amigo ou familiar. A par disso, é uma oportunidade de networking para as debutantes, já que se cruzam com personalidades influentes, estabelecendo contactos que podem vir a ser valiosos nas suas vidas e carreiras.
Este ano, o Le Bal des Debutántes acontece a 30 de novembro. A primeira debutante confirmada, segundo a conta oficial do evento, é Eugenia de Borbón y Vargas, filha de Margarita Vargas e Luis Alfonso de Borbón, um dos netos de D. Luis de Borbón e Borbón, duque de Anjou, o chefe da casa francesa de Borbón. Para a ocasião, a aristocrata vai utilizar um vestido com assinatura Carolina Herrera, diz a edição espanhola da "Elle".