Por mais anos que passem, a morte da princesa Diana continuará a ser motivo de fascínio e intriga. A 31 de agosto assinala-se um quarto de século desde aquela fatídica madrugada em Paris, que vitimou a princesa de 36 anos, o namorado, Dodi Al Fayed e também Henri Paul, chefe de segurança do hotel Ritz de Paris, que conduzia o veículo. Uma só pessoa sobreviveu, Trevor Rees-Jones, guarda-costas de Al Fayed, filho de um dos homens mais ricos do Reino Unido, Mohamed Al Fayed, dono dos armazéns Harrods.

O documentário "The Diana Investigations", que chega ao canal ID a 28 de agosto (22h), analisa, com recurso a vários testemunhos inéditos de investigadores, tanto da polícia francesa como da britânica, 25 anos de factos, teorias, conspirações, respostas e perguntas. São quatro episódios (dois emitidos a 28 de agosto e dois no dia seguinte, às 22h) que, não oferecendo respostas de que o público ainda tem sede, explicam porque é que essa fome ainda existe.

No final do ultimo episódio, um investigador vê vídeos de TikTok onde vários utilizadores explicam, seguindo várias teorias da conspiração, como e por quem é que Diana foi assassinada. "Há qualquer coisa na mente humana que não aceita que Diana possa ter morrido em algo tão mundano como um acidente de carro. Não pode ser verdade, por isso procuram outras respostas", afirma.

Duncan Larcombe, jornalista e especialista em temas da família real britânica, acrescenta: "Queria que ela tivesse sido assassinada. Era uma história muito mais interessante. Mas não foi. Foi um acidente. Foi trágico, não devia ter acontecido, mas foi o que aconteceu. Fim da história".

the diana investigations
Show Art créditos: DR

Só que, como nos prova este documentário (e todos os outros que foram feitos ao longo destes 25 anos, além dos filmes, dos livros, das séries), a morte da princesa de Gales é um assunto inesgotável. "The Diana Investigations" consegue situar com clareza e sem sensacionalismo a morte de Diana no momento que o Mundo atravessava: o início do acesso à internet do mundo ocidental e o apogeu da imprensa tabloide, alimentada por uma vontade voraz de consumo de notícias sobre celebridades por parte do público.

Esta combinação explosiva, que transformou Diana num ícone sem paralelo até aos dias de hoje, foi também a fornalha que cozinhou teorias da conspiração que perduram até aos dias de hoje. Diana foi morta a mando da família real, a mando do MI6, o acidente envolveu outro carro, onde está o Fiat Uno? E por aí fora.

"The Diana Investigations" foca-se também num lado da história, menos explorado: a luta de um pai pela verdade. A dor de Mohamed Al Fayed por ter perdido o filho levou-a contratar investigadores privados, a afirmar publicamente que Diana estava grávida aquando do acidente e mesmo que esta lhe teria dito que, caso lhe acontecesse alguma coisa de grave, a pessoa que poderia estar envolvida seria o príncipe Filipe, o falecido marido da rainha Isabel II.

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Dos papparazzi que perseguiam o Mercedes, do Ritz até ao túnel d'Alma, aos bombeiros e médicos que prestaram os primeiros socorros às vítimas, passando pelos investigadores que, dos dois lados do canal da Mancha, investigaram o acidente, há dúvidas e certezas naquela que foi a primeira morte global, a primeira grande perda mundial num planeta interligado e com acesso a informação sem mediação.

Morte ou acidente? "The Diana Investigations" não tem novas respostas a não ser aquela que foi apresentada no veredicto do júri, em abril de 2008: homicídio por condução negligente do motorista. Ainda assim, é impossível deixar de ver do primeiro ao último minuto.

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