Nesta sexta-feira, 4 de maio, celebra-se o Dia Internacional de "Star Wars" — e é o único dia do ano em que se pode fazer o trocadilho entre "May the Fourth be with you" e "May the Force be with you", a mítica frase da saga de ficção científica mais conhecida do mundo.
E já que estamos a falar de frases icónicas, vamos já estabelecer aqui uma coisa: a frase "Luke, I am your father" é talvez uma das mais citadas pelos fãs da saga mas não existe, ok? A frase correta é "No, I am your father" e é dita por Darth Vader (David Prowse) o mauzão senhor da galáxia, a Luke Skywalker (Mark Hamill) no filme "Star Wars: Episódio V — O Império Contra-Ataca". Esclarecidos? Adiante, então.
A minha história com os filmes de "Star Wars" é diferente daquilo que é considerado normal. Durante muitos anos, todo o universo fantástico da saga passou-me ao lado. Não percebia quando diziam que os filmes tinham marcado uma geração, que eram um produto visionário do cinema ou que a saga era um dos pilares da ficção científica enquanto género.
Para mim, aquilo não passava de naves espaciais e uns tipos com fatos brancos que andavam aos tiros (mas que nunca acertavam no alvo) pelo espaço — no fundo, é um bocadinho isso, mas não só.
A verdade é que fui adiando ver os filmes, mesmo quando faziam parte da programação de fim de semana de um ou outro canal de televisão. Tinha até prometido a mim mesmo ver tudo a tempo da estreia de "Star Wars: Episódio VII — O Despertar da Força", em 2015, mas não consegui.
"Há seis filmes mas o primeiro que tenho de ver é o episódio quatro e o último é o episódio três?", lembro-me de ter pensado. Não tinha tempo nem interesse em me comprometer com a saga de George Lucas e deixei passar.
Dois anos depois, porém, já havia data de estreia anunciada para o oitavo episódio e desta vez eu não podia falhar — vi tudo de uma assentada para me preparar para o novo filme e foi uma experiência incrível.
Antes de continuarmos, deixo um alerta: este artigo tem spoilers — esses malvados que têm como objetivo estragar a diversão do espectador e aos quais eu consegui escapar durante 24 anos de existência.
Sim, até aos mais óbvios como o facto de o Darth Vader ser pai do Luke. "Como?", estará certamente a perguntar desse lado. Não sei bem, mas suspeito que tenha qualquer coisa a ver com o meu desinteresse pela saga até então.
Nesta minha nova aventura pelo mundo galáctico de "Star Wars" descobri que Luke é filho de Darth Vader e Padmé, que é afinal a Princesa Amidala (Natalie Portman) que, por sua vez, é mãe da Princesa Leia (Carrie Fisher). Ora, Luke e Leia são irmãos gémeos mas antes de o saberem deram um dos beijos mais constrangedores de sempre na história do cinema — o suficiente para deixar Han Solo (Harrison Ford) ciumento.
E por falar em Han Solo, está mesmo a chegar um spinoff sobre a vida da personagem. Chama-se "Han Solo: Uma História de Star Wars" e tem estreia marcada para 24 de maio — e é a melhor coisa que pode ver se, como eu, ainda não recuperou da morte de Solo no penúltimo filme da saga. Eu avisei que este texto tinha spoilers.
O tema dos filmes é mais ou menos cliché na medida em que retrata a luta do Bem contra o Mal. Mas isso não os torna menos interessantes, se bem que os episódios I, II e III estão ali a roçar o medonho.
São as personagens que enriquecem a história e há de tudo um pouco — desde uma criatura felpuda capaz de pilotar uma nave gigante e cuja única forma de comunicação é através de onomatopeias, a uma pequena figura verde e fofinha que, na infância, deve ter faltado às aulas de inglês onde se ensinavam aos alunos a estrutura básica de uma frase.
Por não ter crescido com a influência dos filmes, a minha escolha para o melhor filme da saga pode parecer controversa. Aqui na MAGG, por exemplo, as opiniões dividem-se.
Enquanto que a Catarina Ballestero é fã assumida do episódio V e o Ricardo Martins Pereira, diretor e publisher, prefere os episódios IV e V, eu cá adorei o último episódio.
Principalmente porque toda a componente cinematográfica — desde os efeitos especiais às técnicas de filmagem — está mais próxima do cinema contemporâneo, embora nunca deixe de prestar homenagem aos filmes anteriores e mais antigos.
Mas se antes olhava com desdém para quem viesse falar comigo sobre "Star Wars", hoje dou por mim a usar camisolas com as letras do franchise estampadas em amarelo, ou a comprar canecas e todo o tipo de merchandising referente à saga.
Tornei-me num daqueles maluquinhos que sabe quase tudo o que há para saber acerca do universo criado por George Lucas. E só para o caso de me ter escapado qualquer coisinha, acho que vou aproveitar a maratona do Canal Hollywood para rever pela segunda vez todos os filmes.
A maratona teve início às 12h30 de sexta-feira, 4 de maio, com a transmissão do episódio I de "Star Wars" e termina às 23h40 com o episódio VI. Ninguém se vai zangar se vir a saga pela ordem cronológica mas fica já a saber que não é suposto.