Realizado por Alex Garland ("A Praia", "Ex Machina", "28 Dias Depois"), "Guerra Civil" já está em exibição nos Estados Unidos e tornou-se a estreia mais rentável da produtora A24 ("Lady Bird", "Tudo em Todo o Lado ao Mesmo Tempo", "Diamante Bruto", entre outros), ao faturar 25,7 milhões de dólares (24,14 milhões de euros) na primeira semana.
A longa-metragem, que conta com Kirsten Dunst, Jesse Plemons, Cailee Spaeny e Wagner Moura (que o público português bem conhece de formatos de sucesso como "Narcos" e "Tropa de Elite") chega às salas de cinema portuguesas esta quinta-feira, 18 de abril, e promete perturbar e fazer refletir. Em primeiro lugar, por parecer plausível e real. Depois, por retratar facções em conflito que já existem atualmente nos Estados Unidos (e que acabam por levar as suas diferenças a vias de facto, ou seja, a uma guerra no terreno).
"Guerra Civil" passa-se num tempo futuro, no qual decorre a Segunda Guerra Civil Americana (a única Guerra Civil Americana aconteceu no século XIX e dividiu norte e sul, tendo como ponto de conflito central o tema do fim da escravatura). Nesta nova guerra, os Estados Unidos são liderados por um governo autoritário, que é desafiado militarmente por várias forças regionais. Lee Smith (Kirsten Dunst) é uma reputada fotojornalista e Joel (Wagner Moura) jornalista da agência Reuters. Estão acompanhados por uma fotojornalista novata, Jessie Cullen (Cailee Spaeny), que é salva por Lee de um ataque bombista em Nova Iorque.
Os três iniciam uma jornada através do país, tendo como objetivo chegar a Washington para entrevistar o presidente. Pelo caminho encontram fome, luta por bens essenciais, grupos armados, pessoas torturadas, campos de refugiados, milícias e valas comuns. Cenários que parecem pouco prováveis em 2024 mas que consumam, ainda que simbolicamente, os conflitos ideológicos e morais que dividem um país que, dentro de poucos meses, volta a ter eleições presidenciais.
O filme, embora ficção, traz à tona os fantasmas do dia 6 de janeiro de 2022, quando o Capitólio foi invadido por um grupo de apoiantes de Donald Trump. A tentativa de insurreição resultou na morte de nove pessoas e na condenação de 745, todas pertencentes a movimentos de extrema-direita e conspiracionistas.