Como qualquer escritor, George R.R. Martin é muito protetor da sua obra e do mundo fantástico que começou a ser criado em meados de 1996. Na altura, estavam planeados apenas três livros mas a saga cresceu para cinco e estão planeados mais dois que tardam em sair.
Talvez por isso, e pela pressão a que tem estado sujeitado por não lançar material novo desde 2011, Martin tenha decidido afastar-se da polémica em torno da última temporada de "A Guerra dos Tronos" — que gerou um abaixo assinado para que fosse refeita e, desta vez, sem os criadores David Benioff e D.B. Weiss.
"Não se pode agradar a todos e, por isso, tens de ser capaz de te agradar a ti próprio. Mas afastei-me disso", explica numa entrevista ao "The Guardian", referindo-se às críticas recebidas pela série da HBO.
No entanto, ainda à mesma publicação, o escritor americano garante que o desfecho da série não vai influenciar em nada a história que tem planeada para os dois últimos capítulos da saga. "Não vai mudar nada. Algumas das teorias que tenho lido estão certas e outras erradas. Vão descobrir assim que terminar."
Tendo em conta que Martin deu o plano base a Benioff e Weiss para que concluíssem a adaptação televisiva assim que ultrapassassem os livros, espera-se que nos dois últimos capítulos a história seja mais desenvolvida para explicar alguns dos desfechos que foram mostrados nos últimos episódios da série.
O novo livro do escritor deve chegar às livrarias de todo o mundo em meados de 2020, nove anos após o lançamento do penúltimo. A demora na escrita, segundo Martin, foi fortemente influenciada pelo ritmo da série.
"Não acho que a série de televisão tenha sido boa para mim. Aquilo que deveria ter-me feito acelerar, abrandou-me. Todos os dias quando me sentava para escrever, mesmo que estivesse num dia bom, só pensava: 'Tenho de acabar o livro. Só escrevi quatro páginas quando já deveria ter escrito 40.'"