Foi durante a maternidade que Mónica Ferreira, mãe de dois filhos, deparou-se com os vários riscos que os bebés correm durante o sono. O primeiro filho, João Pedro, agora com 10 anos, foi a sua primeira experiência de maternidade e também aquela onde sentiu mais ansiedade, não só pelos vários alertas, conselhos e recomendações dos profissionais de saúde sobre os cuidados com o sono dos bebé, mas também pelo facto de ter um filho um pouco irrequieto — característica que se repetiu no segundo.
"Os meus filhos mexiam-se muito e eu tinha sistematicamente dificuldades com a roupa de cama", conta à MAGG Mónica, que além de João Pedro também é mãe de Pedro Miguel, 7 anos.
Na altura tentou adotar a tática recomendada pelas enfermeiras: fazer com que os pés dos bebés tocassem no fundo do berço. No entanto, os movimentos durante a noite faziam com que estes acabassem por atravessar-se na cama ou puxar as dobras para cima da cabeça. Visto que esta técnica não resultou, Mónica tentou outra.
"Depois, por sugestão da pediatra, tentei prender o lençol no topo das grades da cama e passá-lo por entre as pernas do bebé. Só que o meu filho mais velho nasceu num verão muito quente e por muito que estivesse tudo direitinho nas costas, ao mexer-se aquilo enrodilha e macerava a pele dele. Por isso, essa também não era a solução ideal", conta Mónica.
Foi precisamente por deparar-se com estas dificuldades, e também o facto de ser formada em bioquímica e todo o seu percurso profissional estar ligado à saúde, que Mónica decidiu investigar os riscos que os bebés correm enquanto dormem — e descobriu números que lhe tiraram o sono.
"Existem poucos dados, mas algumas estatísticas, em alguns países, indicam que cerca de 25 a 40% dos bebés vítimas de morte súbita são encontrados com a cabeça coberta por roupa de cama. Como nos primeiros meses de vida alguns bebés não possuem, bem desenvolvido, o reflexo de defesa nem perceção de obstrução, foi exatamente aí que nos tentámos focar", refere Mónica.
E quando fala em "nós", a mãe e investigadora de 44 anos fala sobre ela e sobre o sócio. Foram eles que desenvolveram o projeto B-Mum, mas cuja ideia partiu de si: "B-Mum (Ser Mãe) porque o projeto surgiu enquanto mãe e com uma perspetiva de pensar nas dificuldades e soluções ligadas à maternidade, aliando a experiência pessoal, necessidades e preocupações de mãe".
E há motivos de preocupação. Não é por acaso que em 2018, de acordo com os últimos dados revelados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), registaram-se 4,2 mortes infantis em cada mil nascimentos (número que subiu 0,99 em relação a 2017), de acordo com a Renascença. Aqui podem estar envolvidas diversas causas e uma delas pode mesmo ser a morte súbita durante o sono.
Pelo menos é uma das maiores causas apontadas pelo Sistema Nacional de Estatísticas Vitais, nos dados que mostram as diferentes causas mortais infantis entre 1990 e 2017. E os dados mais recentes apontam precisamente para a Síndrome de Morte Súbita do Latente (SMSL) como a segunda maior causa.
Como um par de lençóis garante que os bebés ficam mais seguros
Primeiro de tudo é uma forma de trocar os medos que surgem durante a maternidade em relação aos riscos de asfixia durante o sono, que também Mónica sentiu quando foi mãe pela primeira vez, por uma maior tranquilidade para os pais e segurança para o bebé. Mas é mais do que isso.
Dentro da B-Mum, criada em 2016, surgiu um sistema inovador — SafetyBabyBed — que através dos lençóis de cama de bebé permite que este esteja mais seguro. Como? "O design promove a posição recomendada (barriga para cima) e evita que o bebé deslize na cama, reduzindo o risco de asfixia pelos lençóis, dois dos fatores de risco identificados na morte súbita nos latentes", explica.
De imediato pode ficar com a ideia de que esta é uma medida a curto prazo, porque é também num curto espaço de tempo que os bebés crescem vários centímetros quase sem darmos conta. Para isso foi arranjada uma solução: os lençóis são ajustáveis ao comprimento do bebé e amovíveis — ou removíveis. Isto significa que quando o bebé deixar de precisar desta proteção, entre os 6 e os 12 meses (dependendo do desenvolvimento do bebé), basta retirar o sistema de segurança e continuar a usar os lençóis.
A primeira impressão sobre o SafetyBabyBed pode levar-nos a pensar que este sistema perturba de alguma forma a liberdade de movimentos dos bebés. É verdade que limita, até porque é esse o objetivo, mas não de forma negativa. "Os bebés não estão apertados, eles têm liberdade de movimento, apenas não descem daquela posição. De resto cada bebé é um bebé, mas os feedbacks têm sido positivos", revela Mónica à MAGG.
Por isso, não chegam dedos das mãos para contar os benefícios. Um dos primeiros a enumerar é precisamente o facto de reduzir a probabilidade de SMSL, atuando quer na posição durante o sono, quer o risco de asfixia pela roupa de cama. No que diz respeito à segurança há ainda outros fatores a ter em conta, como o facto de o SafetyBabyBed ter sido testado (no que diz respeito à segurança e matéria prima) por uma empresa certificada Catim.
Já os pais ficam mais descansados por proteger os filhos e não só. É que este sistema é impermeável, o que significa que não têm de substituir a roupa da cama caso o bebé bolse ou deixe vazar chichi da fralda. Além disso é de longa duração, o que permite economizar a carteira e também o tempo, pelo facto de ser prático no momento de fazer a cama.
"Tem sido recomendado por enfermeiros de preparação para o parto e por médicos pediatras", conta a fundadora da B-Mum.
Os produtos da marca estão à venda através do site, em 46 lojas de puericultura em Portugal e em seis farmácias, para já apenas no norte do País. Quanto a preços, estes podem ir dos 44,45 € aos 74,95€.