Tem um fim de semana prolongado marcado e não sabe onde ir? Deixe de lado as viagens para além fronteiras e explore o Centro de Portugal: não só vai poupar tempo em viagens, como acabará a surpreender-se com o País. Mesmo que já lhe conheça os cantos. É que, em cada esquina, é capaz de encontrar uma surpresa ou lugares maravilhosos onde repousar, apreciar a paisagem ou recarregar energias.
Mas também pode aventurar-se em passeios cheios de adrenalina — como nós fizemos na nossa redescoberta pelo Centro de Portugal.
Mostramos-lhe 5 coisas que tem mesmo de ver ou fazer. Uma coisa é certa: não se vai arrepender.
Surpreenda-se com as Marinas de Sal (na Ria de Aveiro)
Para lá dos ovos moles (que adoramos) e dos passeios relaxantes de moliceiro pelos canais, a Ria de Aveiro é conhecida pela produção de um ingrediente essencial: o sal, claro. É destas salinas que, todos os anos, saem toneladas de sal que nos chegam à mesa e que dão sabor a tantos pratos.
O que sugerimos é que passeie por esta zona e aprecie as marinas ou, melhor ainda, aproveite a passagem para conhecer a história desta zona de produção que tem anos.
Foi o que fizemos. Decidimos explorar de forma mais profunda e visitámos as Salinas de Aveiro. E não imagina o quão agradável é este passeio. A visita guiada dura mais ou menos 45 minutos e, durante o percurso, pode conhecer não só a história e a fundação desta produção, como os processos e os métodos de trabalho que são usados diariamente.
A entrada custa 7€.
Conheça o museu Belmonte I Museu dos Descobrimentos e Museu Judaico (na Serra da Estrela)
A Serra da Estrela é muito mais do que uma estância de férias na neve, e a prova disso é que o município de Belmonte conta com uma rede de museus e monumentos muito vasta. O Museu dos Descobrimentos, em Belmonte, foi um dos locais por onde passámos e ficámos durante algum tempo.
Como o próprio nome indica, este espaço conta parte da história dos descobrimentos portugueses, dedicando-se ao percurso e aos feitos de Pedro Álvares Cabral. Com recurso à tecnologia e a novas técnicas museográficas, o Museu dos Descobrimentos reproduz toda a história do descobrimento do Brasil e dá aos visitantes a oportunidade de interagir, participar e interpretar este percurso.
Trata-se de uma experiência divertida e interessante para fazer em família.
Saímos deste espaço com um novo olhar e, sem perder tempo, seguimos para mais um dos outros museus desta rede: o Museu Judaico. Este espaço fica a três minutos a pé do Museu dos Descobrimentos e conta uma outra história: a da passagem dos judeus em Portugal. Durante a visita, é possível conhecer como foi o processo de integração desta comunidade no País e uma valorização do seu contributo para a cultura, arte, literatura e comércio. A exposição conta ainda com peças e ferramentas utilizadas pela comunidade no dia a dia ou em práticas religiosas. A entrada para o Museu dos Descobrimentos custa 5€ e para o Museu Judaico, 4€. Se tiver algum tempo de sobra e vontade de conhecer, compre o bilhete de 5 museus e explore os restantes três museus de Belmonte. Este passe custa 8€.
E porque recordar a História é sempre importante, e didático, pode também explorar o concelho de Almeida. Se o fizer, recomendamos a passagem pelo museu Fronteira da Paz – Memorial aos Refugiados e ao Cônsul Aristides de Sousa Mendes, em Vilar Formoso, para recordar e compreender melhor qual foi o papel de Portugal no acolhimento de refugiados durante a Segunda Guerra Mundial. Depois da visita, espreite também o Museu Histórico Militar de Almeida.
Faça as várias rotas turísticas de Castelo Branco
Já esteve por Castelo Branco, na região da Beira Baixa? Se sim, vai perceber a importância destas rotas. Com tanto para fazer, visitar, explorar e conhecer, é difícil decidir por onde começar. Consciente disto, o município de Castelo Branco oferece uma solução prática a quem por lá passa: as rotas turísticas – pequenas rotas que promovem visitas especializadas ao património do concelho.
Entre as dez rotas disponíveis, pode ficar a conhecer os museus de Castelo Branco, ver de perto a produção de azeite ou, por exemplo, fazer parte de experiências radicais.
Depois de muitas dúvidas e hesitações, escolhemos duas: a Rota das Artes e Ofícios, onde visitámos, por exemplo, o Museu da Seda, o Museu dos Têxteis (MUTEX) e o Mercado Municipal; e a Rota do Património, que permite explorar e conhecer as maravilhas de renome de Castelo Branco — em que poderá conhecer o Miradouro de São Gens, os Portados Quinhentistas, o Solar dos Cavaleiros e até a Estação Arqueológica de S. Martinho.
Conheça as Aldeias do Xisto da Serra da Lousã (como Gondramaz, Cerdeira ou Candal)
Apesar de estarmos familiarizados com a geografia e as características das Aldeias do Xisto da Lousã, na região de Coimbra, a visita deixou-nos surpreendidos. E só por isso, é uma das sugestões que tem mesmo de incluir no seu roteiro. Sem tempo para passarmos pelas doze aldeias que compõem esta área, fizemos uma seleção e visitámos duas — Gondramaz e Candal, e pernoitámos na aldeia de Cerdeira.
A visita começou com uma paragem na aldeia de Cerdeira para descarregar malas. Fizemos uma pausa para apreciar a vista e seguimos. Carregados de energia, fomos até ao lado ocidental da Serra da Lousã. Depois de uma viagem de 45 minutos, chegámos a Gondramaz, uma aldeia situada no concelho de Miranda do Corvo e que se concentra na avenida principal de onde saem pequenas ruas para explorar.
Entre passeios passámos por alguns dos pontos principais: a Capela de Nossa Senhora da Conceição, o Largo da Capela, o Largo dos Petiscos e o Largo do Leão.
Ao vir aqui, prepare-se para agarrar no telemóvel, abrir a câmara e começar a disparar. O xisto que vai ver nesta zona tem uma tonalidade completamente diferente do que está presente nas outras aldeias, sendo um exemplo de como se pode trabalhar esta pedra, mantendo, ainda assim, o legado histórico e cultural da localidade.
Uma hora depois e já de regresso ao alojamento, parámos na aldeia do Candal, a 10 km da Lousã e uma das maiores deste concelho. A disposição da aldeia equilibra-se entre as encostas e é a sua arquitetura que a torna tão diferente e especial.
Grande parte das construções ficam do lado nascente, e apesar de poder encontrar algumas habitações com traços mais modernos (pintadas com cor, por exemplo), o material e a volumetria utilizados garantem a sua autenticidade.
Além das pequenas casas que valem a passagem, esta pequena aldeia conta com mais algumas construções que conhecemos e que deve anotar: a antiga escola primária, o Chafariz do Candal, a Alminha (a única construção religiosa desta aldeia), os cinco moinhos (na margem direita da Ribeira de Candal) e o lagar do azeite.
Depois de uma visita encantadora à Serra da Lousã, decidimos voltar aos aposentos na aldeia de Cerdeira e pernoitámos no Cerdeira Home For Criativity. A aldeia é composta por nove casas de xisto: habitações tradicionais, remodeladas e com pormenores únicos em cada uma.
No total, existem 27 Aldeias do Xisto para visitar, conhecer ou redescobrir: 12 estão concentradas na Serra da Lousã, enquanto cinco estão na Serra do Açor e seis acompanham o rio Zêzere. Junto ao Tejo-Ocreza, encontra outras quatro. Para descobrir todas as Aldeias do Xisto no Centro de Portugal, carregue aqui.
Faça passeios de BTT em Proença-a-Nova
Os apaixonados por BTT já terão ouvido falar em Proença-a-Nova, na Beira Baixa um género de paraíso para os amantes deste desporto. Mas não se preocupe: mesmo que não adore pedalar, há dezenas de atividades e uma paisagem incrível para contemplar.
Uma das rotas mais conhecidas é a “Rota dos 4 cumes”, um passeio com mais de 70 km e que exige bastante preparação física. No total são mais de 2.400 metros de subidas que percorrem os quatro pontos mais altos do concelho de Proença-a-Nova. Se preferir, vá até ao centro de BTT da Fróia, na praia fluvial desta zona, e faça um dos três percursos disponíveis. Tem ao seu dispor estacionamento, balneários e uma estação de serviço para manutenção e limpeza das bicicletas.