Antes de mais, perdoem-me se esta minha espécie de crítica pode ferir as suscetibilidades de alguém, mas vou ter de deixar aqui a minha opinião sobre o filme que fui ver recentemente: "Monstros Fantásticos – Os Crimes de Grindelwald”.

Não sou nenhuma crítica de cinema, mas sempre fui e continuarei a ser uma colossal fã de Harry Potter. O jovem e especial mágico foi um fenómeno na minha geração e as maravilhas do mundo desconhecido da magia colaram-nos a todos aos grandes ecrãs. Mas esta ideia da J.K.Rowlling expandir esta mística da magia por esse mundo fora, não está claramente a resultar para mim. Ou melhor, aqui talvez o grande problema tenha sido que a fasquia já estava muito elevada.

Numa tentativa de não ser spoiler, sempre posso contar que a história passa-se em França (e um pouco em Londres) e Grindelwald consegue escapar da prisão. Desta vez, os monstros de Newt Scamander (Eddie Redmayne) ficam postos de lado – ou melhor, na mala – e os olhos estão em Credence Barebone (Ezra Miller), a única pessoa capaz de matar Albus Dumbledore (Jude Law) – que interpreta de forma muito meiga o bom da fita a que a autora sempre nos habituou tão bem.

Fora da linha daquilo que é a narrativa principal, temos as histórias paralelas que são preenchidas por atores como Queenie Goldstein (Alison Sudol) e Jacob Kowalski (Dan Fogler) ou ainda por Nagini (Claudia Kim). E Leta (Zoe Kravitz), que antes era a grande paixão de Newt, trocou-o pelo irmão.

Mas apesar dos grandes atores que compõem o elenco e da sua interpretação, pessoalmente, senti que deixou de haver sumo. Há algo que se perdeu no meio e não ficou bem escrito. A história tornou-se demasiado infantil e no meio de tanta emoção e efeitos especiais, perdeu-se a atenção aos detalhes que até agora tinha sempre valorizada. Sem dúvida que Johnny Depp brilha pálido com os seus olhos de cores diferentes e com a sede de vingança que lhe corre nas veias, mas parece que foi o único que teve direito a reluzir.

E entre tanto ódio, a relação entre Grindelwald e Dumbledore fica por explicar, sendo-nos dada apenas a indicação “que eram mais do que irmãos”. Estamos perante uma grande história de amor?

Para mim, perdeu-se o encanto, não me enfeitiçou. Contudo, tenho de dar os meus parabéns ao guarda roupa, que, pelo menos em mim, plantou o desejo de ter vivido naquela época para usar todos aqueles outfits.