A H&M não voltou a Londres para jogar pelo seguro. Depois de sete anos afastada, a marca sueca regressou à London Fashion Week com a sua linha mais conceptual (a H&M Studio) e apresentou uma coleção que é tudo o que se quer em 2025: atitude, inteligente na forma como mistura mundos opostos e suficientemente versátil para estar no escritório de manhã e numa festa à noite.
Afinal, é inspirada nas contradições visuais e culturais de São Paulo e filtrada pelo olhar minimalista de Estocolmo, pelo que casa contrastes improváveis. É caso do peso do brutalismo arquitetónico com a delicadeza de orquídeas tropicais, o rigor da alfaiataria masculina com a leveza de detalhes femininos, a aspereza de tecidos crus com a suavidade de acabamentos fluidos.
Foi exatamente isso que vimos na passerelle de 180 The Strand, na quinta-feira, 18 de setembro. Silhuetas com uma estética afiada, mas não sem charme. Blazers masculinos reinventados em cortes femininos, saias lápis em lantejoulas com painéis de malha, vestidos de linhas minimalistas com fechos visíveis, casacos com bordas por acabar. Todos a mostrar que imperfeição também é sinónimo de sofisticação.
Espreite o styling
Há uma sensualidade desconstruída em jogo, que, mais uma vez, joga com a ideia das contradições presentes nesta coleção. Os corpos podem estar envoltos em tecidos estruturados e pesados, é certo, mas todos eles deixam espaço para leveza e movimento. Mas vá, do outro lado, também temos propostas descontraídas que equilibram a coleção. Vamos a exemplos.
O conjunto de ganga castanha, composto por casaco e calças, já se antevê como um favorito das fashionistas, enquanto o casaco de nylon balão, volumoso e dramático, promete ser aquele statement piece da estação em que acabámos de entrar. A par disso, há costas drapeadas, recortes inesperados, cinturas marcadas pelo peplum e peças que parecem feitas para quem gosta de se vestir com personalidade e conforto.
A paleta cromática reforça esse jogo de opostos, que se complementam inesperadamente. O castanho rico, o tom ferrugem, azul marinho, cinza e preto garantem uma base sólida, mas vêm acompanhados de algumas surpresas, como vermelho vivo, azul celeste e até um delicado rosa lingerie, que se assumem na coleção como pequenos raios de luz a quebrar a rigidez das peças mais fortes.
Como qualquer boa coleção que se preze, os acessórios não se ficam atrás. Botas wader em pele castanha com fivelas amovíveis, versões extragrandes em preto que transformam qualquer look, uma tote maxi em couro bordô e luvas azuis em pele macia foram os elementos-chave que roubaram olhares durante o desfile.
A coleção H&M Studio AW25 chega a lojas selecionadas e online esta quinta-feira, 25 de setembro (e olhe que voam rapidamente). E porque escolher não é fácil – nós que o digamos, que vimos tudo ao vivo e bem de perto – reunimos as nossas peças favoritas e que, fundamentalmente, resumem na perfeição este choque de contrastes que só podia nascer pelas mãos da H&M.
