
Era uma noite que se ameaçava chuvosa e ventosa, mas foi dentro do 180 The Strand, em Londres, que o clima aqueceu. A H&M voltou à Semana da Moda de Londres, depois de um hiato de sete anos, e não fez nada à míngua. Em vez de um simples desfile, apresentou um espetáculo híbrido, com ecrãs monumentais e uma convidada de peso a dar música ao público. Tudo isto com um objetivo: transportar quem na plateia se sentava para uma realidade paralela, em que a moda era só o ponto de partida.
Pelo menos, foi isso que sentimos na quinta-feira, 18 de setembro, quando picámos o ponto no evento, que se assumia como o epicentro cultural do momento. As cadeiras da primeira fila eram reflexo de uma constelação de celebridades improvável: Emily Ratajkowski trocava selfies (sim, fomos um dos contemplados) e abraços com admiradores, mas também com outros nomes de peso, como Gabbriette e Paloma Elsesser, enquanto Adwoa Aboah observava a passerelle atentamente.
Mas a lista de nomes que picaram o ponto no evento, que foi o pontapé de saída da Semana da Moda, não se fica por aqui. Ao lado destas caras conhecidas, Central Cee e Little Simz estavam a representar o panorama musical londrino e, mais atrás, Lennon e Anaïs Gallagher completavam uma primeira fila que parecia ter saído diretamente de um videoclipe. O buzz era palpável e não havia um canto da sala que não vibrasse com a sensação de estar onde tudo acontece.
Veja as fotos
Na passerelle, sentimos a mesma mistura de frescura e prestígio. Romeo Beckham, Amelia Gray, Iris Law e Lila Moss dividiram as atenções com nomes icónicos como Alex Consani (sim, a primeira mulher transgénero a ganhar o prémio de Model of the Year, pelo British Fashion Council). Cada entrada arrancava aplausos no público – em especial das influenciadoras espanholas ao nosso lado, que gritavam "guapa" e "guapo" sempre que algum nome mais sonante dava o ar da sua graça.
E quando o streamer Marlon Lundgren Garcia saiu do público para desfilar em look H&M Atelier? Então aí, meus amigos, foi impossível de não sorrir de surpresa. Isto porque a linha entre espetáculo e desfile parecia tornar-se cada vez mais ténue, e era precisamente essa fluidez que dava força ao momento e ao regresso da marca sueca às passerelles londrinas, que muitos vaticinavam.
O auge da noite, no entanto, ficou a cargo de Lola Young. Isto porque desfilou com um look total H&M, mas também porque, para surpresa de toda a gente, regressou para dar um espetáculo curto, mas impactante. Além de ter aparecido com um look eclético, que contava com uma gravata, minissaia, um blazer oversized, meias transparentes e kitten heels, fomos ao rubro com as canções que escolheu para a ocasião, "Messy" e "D£aler".
No meio disto tudo, ainda tivemos de estar de olhos postos nas criações que nos passavam à frente. A H&M apresentou três capítulos da coleção A/W25, cujo primeiro drop já chegou às lojas e ao site da marca, com a Studio a abrir o espetáculo num diálogo entre o brutalismo e a natureza tropical, recheada de alfaiataria, muito pelo e silhuetas poderosas, que davam corpo a uma estética que transpirava tanto São Paulo como Londres.
Na segunda parte, foi a vez de o Britpop e o espírito rebelde dos anos 90 roubarem as atenções. Saias plissadas, botas de cano alto e casacos de couro ecoavam a irreverência da época. No terceiro ato, a narrativa evoluiu para noites urbanas mais sofisticadas, com blazers às riscas, casacos de lã e uma abordagem mais polida. De uma coisa ficámos convictos: se há algo que a marca sabe ser é versátil. Em breve, contamos-lhe tudo ao pormenor, mas, por enquanto, vá-se entretendo com algumas das peças da nova coleção de outono/inverno.