Quando se pensa em Nuno Baltazar, automaticamente se pensa também em Catarina Furtado e nos vestidos incríveis que toda a vida vestiu enquanto apresentadora, e que a fizeram ser tantas vezes considerada das mulheres mais elegantes e bem vestidas do País.

Na apresentação da coleção primavera/verão para 2019, no Portugal Fashion, não houve Catarina Furtado (que desejou sorte ao amigo através de um story no Instagram), nem o tipo de looks que estamos habituados a ver.

"Tatuagem" é o nome da coleção e a inspiração do criador veio da ditadura militar brasileira. Nesta coleção, a 29.ª, Nuno Baltazar apresentou propostas femininas e masculinas, repletas de contrastes e até algumas combinações duvidosas. Cores fortes como roxo, vermelho ou laranja, com cores mais sóbrias como o bege, o camel ou verde seco, peças oversized com vestidos justos e curtos, padrões fortes com peças neutras.

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O verde seco, também chamado de verde tropa, abriu o desfile, ao som de Chico Buarque, e traz o lado militar da coleção, principalmente nos looks masculinos, que, aliás, foram os nossos preferidos. A este verde, juntou-se o bege, o camel, o verde bandeira, o dourado e o branco.

Nas propostas de mulher, Nuno Baltazar apostou em tecidos fluidos, transparências, brilhos, dourados, pequenos apontamentos de padrão, como as flores, vestidos assimétricos, ombros de fora, peças XXL, e combinações improváveis como um top roxo com umas leggings leopardo. As boas notícias é que quem andou a comprar quilos de roupa com animal print para este inverno, vai poder voltar a usar na primavera/verão.

Os vestidos compridos e macacões off shoulder com cores garridas e com forros de outra cor, foram as peças mais supreendentes e comentadas durante o desfile. Elegantes, femininos e esvoaçantes, como nos queremos sentir nos dias mais quentes e longos do ano.

A tentativa de sair para "fora da caixa" com propostas mais irreverentes e arrojadas, fizeram com que Nuno Baltazar saísse um pouco da zona de conforto, mas também da "zona" dos melhores desfiles. Nem sempre não mudar é mau.