
Que a moda é cíclica, todos sabemos. Afinal, há tendências que voltam em força quando as temperaturas descem. Este ano, um desses casos são os casacos de pelo. E não, não falamos apenas dos modelos discretos com golas felpudas ou outros detalhes subtis, porque nos meses que se seguem o que se quer são modelos maxi, volumosos e luxuosos (muito em linha com a estética mob wife, que esteve em voga no ano passado).
Se dúvidas existissem, bastava ter estado em Nova Iorque durante a última Semana da Moda, já que, de editores de moda a stylists, passando pelas celebridades, toda a gente entrava e saía dos desfiles envoltos em casacos que os faziam parecer autênticos peluches ambulantes. Compridos até aos pés, com ombros marcados ou capuzes XXL, foi impossível não reparar nisso.
Mas o que é facto é que a tendência não se ficou só nas ruas de Manhattan. Passou pelas passerelles de Milão e Londres, e rapidamente se transformou num fenómeno global. No TikTok, multiplicaram-se os vídeos, assim como as pesquisas de "faux fur", que dispararam mais de 200% em plataformas como a Net-a-Porter, diz a "InStyle".
Claro que nem tudo é glamour, uma vez que o pelo levanta uma questão incontornável: o debate que opõe a ética e a estética. Usar peles verdadeiras significa apoiar uma indústria há muito criticada pela crueldade animal. Já o pelo sintético, embora cruelty-free, é feito de materiais que não são biodegradáveis, pelo que demoram séculos a desaparecer dos aterros. Então, qual é a solução?
Ou comprar em segunda-mão ou investir em marcas como Gucci e Toteme, que reinventaram o shearling e a lã, criando casacos tão macios e impactantes como os visons da avó, mas sem o peso da crueldade (Hailey Bieber já é fã, o que só aumenta o desejo). E, claro, Stella McCartney continua na linha da frente da inovação, tendo apresentado os modelos "Fur-Free-Fur".
Por isso, se este outono/inverno quer juntar calor, estilo e presença, o casaco de pelo é o seu melhor investimento. Seja shearling, faux fur ou versões alternativas mais conscientes, vai querer sair de casa envolvido em nuvens felpudas que gritam sofisticação. Ainda assim, não podemos negar que sabemos que muitas das opções de luxo não são acessíveis a todas as carteiras.
Por isso, na seleção que se segue vai encontrar também propostas mais amigas do orçamento (tivemos de recorrer a fast fashion, sim). Não são perfeitas do ponto de vista ambiental, mas tornam a tendência mais democrática. O importante é que cada um escolha com consciência e dentro das suas possibilidades – e que as nossas sugestões sirvam nem que seja de inspiração.