Foi em 1996 que o mundo conheceu Helena Christensen, figura que veio a tornar-se numa das mais célebres super modelos desta década — da geração de tantos outros "anjos" famosíssimos da marca Victoria's Secret, como Tyra Banks, Karen Mulder, Cindy Crawford ou Naomi Cambell.

24 anos depois, com 51 anos, a modelo dinamarquesa volta a surgir numa campanha de Natal da marca, protagonizada também por Chanel Iman, Candice Swanepoel, Jasmine Tookes ou a portuguesa Sara Sampaio.

Centrada na "colaboração positiva em torno da importância de celebrar a individualidade" e fotografada por Cass Bird, várias imagens foram partilhadas por Christensen no Instagram. A campanha mostra as modelos em lingerie, robes e pijamas com texturas agradáveis, com e sem animal print. As escolhas são uma alusão ao tempo que hoje é, maioritariamente, passado em casa, devido à situação pandémica que se vive. "O que realmente acontece em casa nos dias de hoje", escreveu a supermodelo na legenda da publicação.

Ao britânico "The Times", recentemente, a modelo e empresária falou sobre a confiança no seu corpo, com o qual sempre se sentiu muito confortável. Nunca teve vergonha de o mostrar, independentemente da idade.

"Na Dinamarca, somos educados com uma abordagem natural em relação aos nossos corpos. Não somos ensinados que é algo que devamos esconder. No universo da moda, isso nunca foi um problema para mim", disse. "Eu vejo isso como uma abordagem artística, que mostra a beleza do corpo feminino, o corpo que dá vida, que é um milagre em muitos aspectos."

Em 2019, várias polémicas giraram em torno do grupo L Brands, que detém a Victoria's Secret. Uma reportagem de investigação do "The New Yorkt Times" ouviu mais de 30 testemunhas que relataram sexismo, bodyshaming, misoginia e assédio sexual nesta organização.

A Victoria's Secret e a cultura de misoginia, body shamming e assédio sexual
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Antes disso, no mesmo ano, a marca cancelou o seu famoso desfile dos anjos da Victoria's Secret, um marco da cultura pop e a pista de lançamento para tantas modelos. Em causa estaria a queda de audiências televisivas e ainda alguma controvérsia sobre aquilo que a marca representaria.

Em 2018, a cantora Halsey afastou-se da marca devido a comentários proferidos por Ed Razek sobre pessoas transgénero. Já Karlie Kloss, contou à edição britânica da revista "Vogue" que se afastou em 2015 da Victoria's Secret e da L Brands porque não se revia naquilo que a marca simbolizava: "Sentia que não era uma imagem que verdadeiramente reflectia quem sou e o tipo de mensagem que quero passar a jovens raparigas em todo o mundo sobre o que significa ser bonita.”

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