2022 está à porta e já paira no ar a agitação da época festiva. Entre luzes, músicas tradicionais e decorações em verde, dourado e vermelho, o mundo está em contagem decrescente para o Natal. Enquanto para uns a magia da quadra não desaparece com a idade, para outros, a data não tem grande significado.
Kelly Bailey, enquanto filha de pai inglês e mãe portuguesa, tem Inglaterra como a sua segunda casa e foi aí que celebrou a maioria dos Natais ao longo dos seus 23 anos — apesar de ter nascido e crescido em Portugal. Há cerca de três anos, é a família inglesa que se desloca ao território português, mas as tradições britânicas predominam. "Fazem questão de manter todo o pequeno almoço inglês, no dia 25", exemplificou à imprensa, à margem das filmagens d'"A Consoada", o filme de Natal da TVI que vai estrear-se a 25 de dezembro.
Em 2021, à partida, não será diferente e Lourenço Ortigão está, como de costume, incluído nos planos. "Cada um também está com as suas famílias, isso é prioridade para os dois. Mas a família dele também já é um bocadinho minha e a minha também é um bocadinho dele, portanto, conseguimo-nos organizar para estar com todos."
"Gosto de comer, gosto de estar com a família, gosto das memórias que me trazem."
Mince pies e Christmas pudding são algumas das sobremesas de eleição da atriz e família. Kelly Bailey confessou um gosto especial pela quadra, sobretudo pelas memórias de infância. "Lembro-me de ir ver as luzes e as igrejas. Era tudo muito mais intenso. Nós metemos sempre o vinho do Porto e as bolachinhas ao pé da lareira e depois é as cenouras, lá fora, para as renas. A primeira coisa que eu fazia de manhã era acordar e ir ver. E estava lá aquilo tudo roído."
Apesar de considerar que vive "a magia do Natal desde sempre", acredita que, com a idade, o "fascínio" vai desaparecendo. "Durante muito tempo acreditei no Pai Natal. Lembro-me de ficar sempre muito ansiosa para ir dormir", contou aos jornalistas. "Ainda hoje, há um bocadinho de mim que não quero perder. Se calhar, ele [o Pai Natal] existe ou já existiu."
Mikaela Lupu tem "uma relação muito especial" com os meses de Outono e Inverno. Natural da Moldávia, país de onde saiu ainda em criança, sente saudades do cheiro da neve.
Em relação ao Natal, também será como nos anos anteriores: "a família junta, à volta da lareira, no quentinho". Contudo, ressalvou uma particularidade, ser "a dobrar". "Celebramos de 6 para 7 [de Janeiro], que é o Dia de Reis, portanto eu acabo por ter dois Natais, o que é muito bom. Duas desculpas para comer duas vezes até rebentar", explicou, em tom de brincadeira.
A comida — especialmente a doçaria — é uma perdição. Ao contrário do que acontece, normalmente, nas casas portuguesas, não há um prato específico destinado para a Consoada, nem para o dia de Natal. "Sempre que são épocas festivas, fazemos uma mesa cheia de tudo e aquilo é uma espécie de buffet. Não há esta coisa de comer o prato e o segundo prato, é a mesa cheia e as pessoas a empanturrarem-se".
Sonhos e o famoso tronco de Natal são as sobremesas prediletas. Já as rabanadas têm um sabor (ainda mais) singular, porque, segundo Mikaela, são um pequeno almoço tipicamente moldavo. A atriz destacou que todos os Natais são "especiais", mas o mais marcante foi há 14 anos, ano em que nasceu a sobrinha, "a primeira pequenita da família". "Com crianças faz mais sentido".
Joaquim Horta parece concordar que a geração mais nova dá outra alegria às celebrações. Na sua perspetiva, o encanto da quadra, "com os miúdos, muda".
Para este ano, a única certeza é que será, certamente, um Natal diferente. Em conversa com os jornalistas, durante as gravações d'"A Consoada", garantiu que a noite será, "mais animada", no entanto, confessou dúvidas se será "no sentido de festa".
À filha Inês, de 3 anos, juntaram-se, em abril, os gémeos Vasco e Tomás, todos frutos da relação com a mulher, Catarina, pelo que, este ano, vão celebrar num local diferente do habitual. "Ainda estamos a fazer planos, porque é impossível ser lá em casa. (...) Gémeos é tudo a dobrar, mas há uma série de coisas que encolhem. A casa encolheu, o carro encolheu, o quarto encolheu", contou, com a ressalva de que hão de "conseguir estar todos juntos."
Desde o nascimento da filha mais velha "tem vindo a crescer o espírito natalício" em Joaquim Horta. Ainda assim, apesar de já achar "mais piada" à época, é a companheira quem trata das decorações. "Faz isso com a Inês e eu gosto muito de ver", partilhou, em tom de brincadeira. "Se calhar para o ano já decoro."
Para Fernando Pires, "Natal é comer" e, no seu entender, a "única parte má" é a tradição de algumas famílias que não comem carne no dia 24 de dezembro. No seu caso, já adorava a época festiva, mas, desde que optaram por essa proteína no prato principal, "ficou perfeito". "São dois dias a emborcar comida, é uma maravilha", brincou, em declarações à imprensa.
Em relação aos planos para as celebrações deste ano, o ator da TVI explicou que, à partida, serão semelhantes aos anos anteriores: "É sempre em casa da minha prima, que é a que tem a casa maior e é juntar lá a família toda".
Já Rodrigo Tomás, contrariamente aos colegas da área da representação, ainda que consiga "ver o encanto", a quadra natalícia não tem grande significado para si. "Infelizmente, a minha família não é muito dada ao Natal e eu, por arrasto, também não sou. (...) A minha mãe deixou de fazer árvore quando eu tinha para aí 6 anos", revelou.
Apesar disso, "a família toda" reúne-se, anualmente, para celebrar a data e 2021 não será exceção.