Mulher transgénero desabafa sobre encontros amorosos com homens. "É um autêntico circo"

Mia Skylar, uma mulher transgénero de 27 anos, partilhou um relato da sua realidade no que toca a encontros amorosos. A jovem espanhola fala sobre o preconceito que existe, tanto por parte de homens heterossexuais como de mulheres cisgénero.

Mia Skylar tem 27 anos e é uma mulher transgénero. Nasceu homem, mas fez, nos últimos anos, o processo de transição, assumindo-se agora como uma pessoa do sexo feminino. A jovem espanhola, que conta com quase 89 mil seguidores na rede social TikTok, contou como é a sua experiência em encontros amorosos com homens. A jovem começa por dizer que é "um autêntico circo". "Ouvi coisas que vocês nem sequer conseguem imaginar. Se os homens já são lixo humano com mulheres cis, imaginem com as transsexuais. Estou traumatizada!"

Mia diz que lhe perguntam frequentemente se tem mais ou menos encontros sendo transgénero. A jovem explica que a resposta é simples: "O mesmo que uma mulher que não é trans. Se és atraente, tens mais dates, se não és tão atraente, tens menos". Diz que lê muitos comentários de pessoas que dizem que não conhecem ninguém que goste de mulheres transgénero. Irónica, a jovem afirma que adorava ver o histórico de pesquisa de alguns homens heterossexuais: "Iríamos todos ficar surpreendidos!". A espanhola explica ainda que recebe imensos comentários de homens, sejam "gays ou senhores de 50 anos com três filhos".

"É verdade que já fui rejeitada por homens quando lhes digo que sou trans. É inegável. Mas, quando me rejeitam, não é por não haver uma atração, mas sim por causa das consequências sociais", salienta. Mia conta que passa férias em casa de um familiar em Maiorca e que lá, por haver muitos turistas, não tem qualquer dificuldade em ter encontros amorosos: "Para os turistas é indiferente, porque não estão no seu círculo social, logo essas repercussões sociais diluem-se".

A jovem revela ainda que é "mais fácil conseguir algo esporádico" sendo uma mulher transgénero do que heterossexual, porque "tens acesso ao Grindr [aplicação de encontros para pessoas LGBTQ]". "O Grindr é a grande plataforma para encontros. Pessoalmente, não gosto de coisas esporádicas, prefiro coisas mais sérias e é isso que me chateia. Há pessoas que assumem que sou super promíscua por ser transgénero, que estou com 500 homens por semana. Mas a verdade é que conseguir uma relação séria sendo trans é muito difícil, muito complicado. Porque os gajos, com a sua masculinidade, têm dificuldades em lidar com isto", conclui.