Ansiedade, depressão, transtornos alimentares, bipolaridade, comportamentos obsessivo-compulsivos, stress pós-traumático, disfunções sexuais. É longa a lista de transtornos, distúrbios e doenças relacionadas com doença mental que, neste momento, são uma realidade para muitos estudantes universitários portugueses.
Esta quarta-feira, 24 de outubro, foi apresentado em Lisboa um inquérito sobre Estigma em Saúde Mental. Com base no testemunho de 1.092 estudantes universitários, o estudo foi divulgado durante a 9.ª edição dos Angelini University Award, cujo tema foi "Viver com Doença Mental Grave”.
Foram estas as principais conclusões do inquérito.
— 51,5% dos inquiridos teve contacto com doenças mentais durante o período de faculdade;
— Deste número, 17% foram diagnosticados com algum tipo de doença mental, os restantes acompanharam a situação de colegas, amigos ou familiares;
— 66,7% acredita que ter uma doença mental é diferente de ter uma doença física;
— Mais de 20% admite que, se liderasse um processo de recrutamento para um emprego, a decisão de recrutar seria influenciada negativamente se conhecessem o historial de doença mental do candidato.
Os estudantes consideram ainda que os meios de comunicação social pioram o estigma em torno da doença mental, sobretudo na forma como caracterizam os doentes e instituições de psiquiatria em novelas, filmes e séries. Também há críticas na forma como os agentes políticos não promovem o debate nesta matéria.