Foram muitas as razões que me levaram a ver o número 113 na balança. Muitas e, na verdade, só uma. Podia “culpar” as duas gravidezes num curto espaço de anos, os 30 anos fazerem a genética das mulheres mudar muito em comparação com os 20.
Podia alegar que a pandemia nos tornou a todos mais sedentários (o que não é bem verdade, dado que nunca houve tanta gente a fazer exercício em casa), que o stresse do trabalho me levou a não dispensar aquele copo de vinho ao final do dia em semanas mais complicadas, que a minha atividade como jornalista de lifestyle me levava a experimentar um sem número de restaurantes onde cada delícia é melhor do que a outra. Que a nossa rotina acelerada não nos dá lá muito tempo para cuidarmos de nós, que o stresse é um inimigo que, no meu caso, era atenuado com aqueles convívios à volta de uma mesa.
E embora tudo isto seja verdade, pode também condensar-se apenas numa só: desisti. Abracei uma ligação emocional com a comida, que embora nunca me tenha levado para o patamar das compulsões alimentares, não era saudável. Escolhas muito pouco nutritivas, poucas refeições ao longo do dia, sendo o jantar a altura em que não me privava de nada. Massas, fritos, carnes vermelhas, pão, queijos, vinho. Zero legumes ou verduras. Não é difícil perceber que nada de bom daqui podia vir, mas nada como entrar em negação.
Eu, vaidosa e que sempre adorei comprar roupa, troquei as minhas lojas favoritas por aquelas que tinham tamanhos do XL para cima. O gosto de ir a um provador tornou-se um pesadelo e as compras online, onde podia encomendar um 3XL ou umas calças 48 ou acima, as minhas melhores amigas.
Na verdade, deixei de usar calças na grande maioria do tempo para não ter de aceitar que nada do que tinha em casa me servia, e escondia-me em vestidos largos. Passei de vestir o que queria e gostava para vestir o que havia. E passaram-se anos sem me pesar.
Odiava-me em tudo o que eram fotografias, fugia de todos os vídeos. E sempre que via a minha imagem captada por outras pessoas, não me reconhecia. Não era eu. Mas a negação falava mais forte e seguia.
Era fácil perceber o choque na cara de pessoas que não me viam nos últimos 5 anos, talvez o período de tempo em que engordei mais. Cheguei a considerar não ir a eventos justamente porque sabia lá estarem amigos que não via há muito, e sabia que não ia conseguir lidar com os semblantes de “o que raio é que lhe aconteceu?”. Mas a negação falava mais forte.
E claro que, mesmo sendo um assunto delicado, lá um amigo ou outro, um familiar ou outro tocava no assunto. Mas quem vive com excesso de peso e obesidade bem sabe que o click para mudar tem de vir de nós, e não pelo que os outros pensam.
Percebi que não queria morrer aos 36 anos só por apanhar um comboio
O meu click aconteceu em novembro do ano passado. Tinha regressado ao trabalho presencial há pouco tempo, e também aos transportes públicos. Num final de tarde, olhei para o relógio na gare do metro do Cais do Sodré e percebi que tinha três minutos para subir as escadas até à gare dos comboios da linha de Cascais. “Se correr, consigo”, pensei.
Entrei na carruagem com as portas do comboio a fecharem-se atrás de mim e juro que pensei que fosse ter um enfarte. A má disposição, o coração a bater tão rápido, o ver tudo à roda. Nunca me senti tão mal na minha vida e os meus batimentos cardíacos só começaram a estabilizar já tinha chegado à minha estação de destino, a Parede. E foi aí que percebi que algo tinha de mudar.
Mas, mesmo assim, o susto não foi suficiente para uma alteração radical. Afinal vinha aí dezembro, mil aniversários, Natal, Passagem de Ano. E embora cliché, meti na cabeça que 2024 seria o ano em que mudava a minha vida. Sabia que fechar a boca sozinha sem acompanhamento não seria suficiente. Senti que tinha de ser controlada, tinha de ser algo em que eu sentisse a responsabilidade de apresentar resultados. E, acima de tudo, tinha de ser algo que me ensinasse hábitos mais saudáveis e que apresentasse resultados rapidamente. Porque tinha a certeza que conseguia ser a minha própria motivação, se ao menos achasse a força de vontade que sabia que tinha para aqui escondida.
Dois meses sem tudo o que gostava que me devolveram a autoestima
No início de fevereiro de 2024, surgiu a oportunidade de experimentar o método PronoKal. No passado, aos 25 anos, tinha feito um método semelhante, da concorrência, também a trabalho para relatar a experiência, e o resultado não podia ter sido mais desastroso. É verdade que perdi muito peso, cheguei a vestir um 36 de calças, e não recuperei logo depois. Mas sinto que essa dieta não mudou nada na minha relação com a comida, não me ensinou hábitos mais saudáveis e vários anos depois, aos 31, comecei a engordar muito.
Por isso, estava com algumas reservas com este método, mas nada como tentar. Sabia que teria de passar por uma primeira fase mais restrita, onde todas as refeições se baseavam em produtos PronoKal e algumas verduras autorizadas, e esperava que essa fase 1 tivesse a duração máxima de um mês.
No dia da minha primeira consulta com a médica especialista em emagrecimento e medicina estética, Adriana Relvas, da Fortius Clinic, estava um frangalho de nervos, que foram rapidamente acalmados pela especialista. Garanto-vos que tudo isto estaria a ser muito mais complicado sem o apoio desta profissional, que mesmo conhecendo-me há cinco minutos, não duvidou que eu tinha força para encarar esta maratona.
Quando chegou a altura da balança, e esta marcou 113, não me senti julgada ou como um caso perdido, muito pelo contrário. “Bora lá fazer isto”, disse-me Adriana Relvas, que estabeleceu uma meta que me pareceu completamente utópica na época: 50 quilos. Ou seja, voltar aos 63 quilos, um peso que não vejo na balança desde que tinha 20 e poucos anos. Mas algo me fez pensar: “e se eu consigo?”, mesmo que a minha fase 1, a tal super restrita, fosse durar 60 dias.
Pouco depois, tive a minha primeira consulta com a nutricionista Inês Nascimento, da PronoKal, outro elemento de apoio imprescindível neste processo. Juntamente com a profisional, estabelecemos um primeiro objetivo de chegar aos 99, deixando assim os três dígitos para trás. Fiz a minha primeira encomenda de refeições, focando-me em manter uma estrutura de “salgados” para almoço e jantar, e “doces” para pequeno-almoço, snack de meio da manhã e lanche.
Recordo-me de ter pedido iogurtes de morango (deliciosos), pizza (ótima), tortilha de queijo (que imita ovos mexidos, mas não foi de longe a preferida), massa, panquecas, crepes, bolachas de maçã e canela, sumos de laranja e tropical, barritas de framboesa e brownie, entre outras opções. Optava sempre pelos iogurtes e panquecas para pequeno-almoço, sumos e barritas para os snacks, e guardava crepes e massas para combinar com legumes nas refeições principais.
Estava à espera de dores de cabeça alucinantes enquanto o meu corpo se habituava a esta nova realidade e de sentir muita fome nos primeiros dias. Mas juro que nada disso aconteceu. Logo no segundo dia, acordei sem a sensação de inchaço que me era familiar, como se tivesse abusado do jantar no dia anterior. Sentia-me bem e comecei a fazer exercício desde o dia um, desde pequenas caminhadas de cerca de 15 minutos à rotina na aplicação da PronoKal, que sugere exercícios fáceis e de baixa intensidade, apenas para recordar o nosso corpo que tem músculos.
Sentia-me bem e no final da primeira semana, o que vi na balança foi a motivação que precisava para acreditar que era capaz de fazer isto: menos 5,5kg, passando dos 113 para os 108,5.
Estamos a meio caminho, mas com a meta bem definida
No dia 18 de fevereiro, pesava 113.9 quilos. Tinha um IMC de 42,9, o que me colocava num nível de obesidade tipo III, com 17,3% de músculo e 65,7% de gordura no meu corpo. É difícil admitir estes números, que só o meu marido e as minhas médicas souberam desde o primeiro dia.
A 28 de maio, com mais duas semanas de fase 2 pela frente (muito semelhante à fase 1, mas onde ao almoço ou ao jantar, a refeição PronoKal é substituída por 100 a 150 gr de peixe ou carnes magras, ou dois ovos), peso 88,1 quilos e tenho um IMC de 33.2, correspondente ainda a obesidade tipo I (para contexto, um índice de massa corporal entre 20 a 25 indica que temos um peso normal, 25 a 30 é considerado excesso de peso, e a partir daí entramos na obesidade).
Perdi 17,9% de gordura corporal, tendo agora 47,8% no total, e ganhei 10,1% de músculo, o que corresponde a 27,4% na totalidade (mais uma vez, vamos a contextos: os níveis considerados normais apontam para menos de 20% de gordura no corpo, e devemos ter mais de 33% de músculo).
No total, perdi 25,8 quilos em três meses, o que me coloca a meio do meu objetivo. E nunca me pareceu tão possível chegar lá.
Descobri que afinal gosto de legumes, de sopa, de cogumelos (autorizados desde a fase 1) e sinto-me realmente bem ao acompanhar um peixe grelhado com uma fresca salada. Recuperei o gosto pelo exercício, voltei ao ginásio, e embora tenha de me afastar do cardio devido a não consumir hidratos de carbono, optando por sessões na passadeira com inclinação e a caminhar, complementando com exercícios de musculação, sinto-me verdadeiramente bem depois de fazer exercício físico.
Sem álcool e chocolates, a minha pele nunca esteve tão luminosa, desci números de roupa, recuperei a autoestima, e sim, voltei a comprar roupa nas lojas de que gosto e a tirar fotografias. Ah, e já consigo correr para o comboio sem sentir que vou morrer. E ainda só estamos a meio caminho.
O método Pronokal
O método PronoKal é baseado numa dieta cetogénica, em que durante algumas semanas (dependendo do tipo de tratamento, dos objetivos e da indicação do médico), o corpo passa a usar a gordura acumulada como combustível para gerar energia ou calor, uma vez que não ingerimos quaisquer açúcares ou hidratos de carbono. Paralelamente a isso, ingerimos proteínas e reduzimos drasticamente a balança calórica diária, o que levará a uma continuada queima de gordura e redução de peso e de perímetros abdominal, das pernas e dos braços.
Com base num estudo feito pela marca, podemos perder, logo nas primeiras quatro semanas, até entre 6 a 12 quilos (sendo que 95% do peso perdido corresponde a gordura, e não a músculo).
O tratamento é aplicado sempre sob supervisão médica, com consultas regulares, e um acompanhamento personalizado e imediato sempre que necessário. Para além das consultas com o médico que nos segue, há também um acompanhamento de uma nutricionista-coach e uma prescrição de exercícios físicos e atividades de coaching nutricional complementares à dieta.
O método PronoKal dá acesso a refeições prontas ou quase prontas, saudáveis, baixas em calorias e em gorduras e à base de ingredientes naturais. Através da aplicação da PronoKal no telemóvel (a PronoKal Connect) temos acesso a centenas de receitas saudáveis, vídeos de atividade física, técnicas de coaching e apoio psicoemocional.
A PronoKal dispõe de três métodos: o PnK, para perder peso de forma rápida e saudável, método que me foi aconselhado, o PnKDefine, pensado para perda de peso de gordura localizada e o PnKExpert, para adultos com mais de 60 anos.