Sabemos que estamos em pleno inverno e que não deveríamos andar tão revoltados com o frio que se sente por estes dias em Portugal. Mas justamente por vivermos num País habituado a temperaturas amenas, grande parte dos portugueses já só pensa em largar os casacos e dar as boas-vindas à primavera.
Mas enquanto isso não acontece, e numa semana em que as temperaturas máximas rondaram os dez graus e algumas regiões atingiram graus negativos, é preciso que se proteja do frio e que cuide muito bem da sua pele. O maior órgão do corpo humano é um dos mais afetados por estas condições atmosféricas e existe um perigo real — falamos das frieiras que, para além de pouco estéticas, podem ser bastante desconfortáveis.
São típicas da estação invernosa e das regiões mais altas, embora existam pessoas mais sensíveis do que outras a esta patologia. De acordo com Susana Vilaça, dermatologista no Hospital Lusíadas Porto, as frieiras “são uma lesão da pele, resultantes de uma contração exagerada dos vasos sanguíneos periféricos mais localizados nas mãos, pés, nariz e orelhas”, e são causadas pelo frio, dado que este é o responsável pelas contrações e pelo “fluxo sanguíneo não alcançar as extremidades”.
Apesar de o frio não ser o único “culpado” do surgimentos das frieiras (algumas doenças auto-imunes, como o lúpus, também causam estas lesões da pele), a verdade é que esta situação acaba por ser uma consequência direta das temperaturas mais baixas, deixando a pele a necessitar de muitos cuidados e com uma aparência fragilizada.
“Inicialmente, a pele fica muito vermelha, por vezes até roxa, e numa fase seguinte, começa mesmo a gretar, surgem fissuras, descama e podem até aparecer bolhas”, explica Susana Vilaça à MAGG, realçando que os sintomas das frieiras podem “assemelhar-se aos de uma queimadura”.
Como se deve proteger
Embora a hidratação da pele deva ser uma constante durante o ano inteiro, é verdade que o verão, as temperaturas altas e as peças de roupa mais reduzidas acabam por fazer com que os cuidados sejam maiores, dado que temos mais superfície de pele visível — mas o frio também requer cuidados e muita hidratação.
“Quem tem mais suscetibilidade ao surgimento de frieiras deve, sobretudo, prevenir”, esclarece a dermatologista que, para além de aconselhar o uso de cremes gordos e emolientes, que penetrem nas camadas mais profundas da pele, enaltece a importância das proteções físicas.
De acordo com Susana Vilaça, devemos “aquecer o corpo, recorrendo a luvas e cachecóis” e, para além disso, a especialista recomenda que movimente bastante as mãos e os pés, de forma a “estimular a circulação”.
Numa ótica de prevenção, também a alimentação saudável e o consumo de muita água e bebidas quentes, como o chá, são recomendados. Porém, caso as frieiras já estejam bem instaladas e em fase de ferida, a dermatologista adverte que poderá ser necessário o recurso a “corticóides tópicos”.