"Diga adeus à Covid-19" ou "Disponível Vacina do Coronavírus". Apresentam-se assim as falsas vacinas e medicamentos que estão a ser comercializadas na darkweb e que prometem conter a cura para a COVID-19. O alerta já foi dado pelas autoridades nacionais e internacionais, sendo ainda reforçado por um estudo da empresa de ciber segurança Checkpoint Research, que identificou mais de mil páginas de anúncios que, na troca de entre 200 a 300 euros em bitcoin, garantem ter a solução para combater, de vez, o novo coronavírus.

"Enquanto a maioria de nós assiste e aguarda com esperança [à chegada da vacina], há alguns a assistir a tudo isto com ganância e malícia, com a intenção de capitalizar as preocupações das pessoas sobre a Covid-19 e sobre o desejo de serem protegidos contra o risco de contraí-la", pode ler-se no site da Chekpoint Research.

COVID-19. Vacinação deverá começar a partir de 27 de dezembro em toda a União Europeia
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"Existem fornecedores na dark web que afirmam ter uma variedade de vacinas para venda, uma variedade de 'vacinas contra o coronavírus' ou 'remédios contra o coronavíru' à venda. Na verdade, a Europol — a Agência da União Europeia para a Cooperação Policial, já emitiu uma notificação de alerta precoce sobre crimes relacionados com vacinas durante a pandemia."

Segundo a empresa de ciber segurança, no último mês foram já registados 1062 domínios, cujas páginas incluem a palavra "vacina". Além deste dado, a Checkpoint Research dá ainda conta de 400 websites que incluem também a palavra "covid" ou "corona".

Depois, há ainda a questão das doses: "Quando os investigadores comunicaram com um vendedor, ofereceram-se para vender uma vacina da Covid-19 por 0.01 BTC (cerca de 200 euros) e referiram que eram necessárias 14 doses", diz o estudo.

Só que nenhuma vacina requer um número tão elevado de doses. No caso específico daquelas que serão administradas para a COVID-19, da Pfeizer e da Moderna — que chegam aos estados-membros da União Europeia já a 27 de dezembro — serão apenas necessárias duas doses

As autoridades nacionais e mundiais — Interpol, Europol e PSP — já alertaram para o perigo destas páginas e apelam a que as frades sejam comunicadas à PSP. Rita Henriques, comissária da PSP, pediu já aos portugueses que não acreditassem nestas vendas online. A vacina será disponibilizada pelo Serviço Nacional de Saúde, canal oficial de distribuição.