![O antissemitismo continua. Kanye West põe T-shirt com suástica gravada à venda](/assets/img/blank.png)
Ye não dá ponto sem nó e continua a ser polémico. Depois de fazer uma série de tweets antissemitas, misóginos e racistas – e de, consequentemente, a sua conta ter sido suspensa –, o rapper, anteriormente conhecido como Kanye West, voltou a fazer das suas. Desta vez, não numa rede social, mas no site da sua marca de roupa.
Após ter lançado uma nova coleção, que incluía até o body transparente que Bianca Censori, a mulher, usou na after party dos Grammys, o artista apagou todas as peças do site e deixou apenas uma à venda, que antes não estava lá. Uma T-shirt branca com um símbolo bastante polémico e especialmente nocivo para a comunidade judaica: uma suástica.
O símbolo figura no centro da T-shirt e contrasta com o tom da camisola, já que foi gravado a preto. A suástica tem origens que remontam há mais de cinco mil anos, sendo encontrada em diversas culturas ao redor do mundo, incluindo a Índia, China, Grécia e povos indígenas das Américas. Em sânscrito, a palavra "suástica" deriva de "svastika", que significa "bem-estar" ou "boa sorte", lê-se no site Enciclopédia do Holocausto.
![kanye kanye](/assets/img/blank.png)
Tradicionalmente, a suástica era associada a conceitos positivos, como prosperidade, boa sorte e harmonia universal – agora, não é o caso. A partir da década de 1930, a suástica foi apropriada pelo Partido Nazista na Alemanha, que a utilizou como símbolo de sua ideologia de supremacia racial e nacionalismo extremo.
Sob a alçada do regime de Adolf Hitler, a suástica passou a representar o ódio, a intolerância e as atrocidades cometidas durante o Holocausto, incluindo o genocídio de milhões de judeus, ciganos, homossexuais e outras minorias. Esta apropriação distorceu completamente o significado original da suástica, transformando-a num símbolo de opressão e violência.
Em vários países, o uso da suástica é proibido por lei, principalmente devido à sua associação com o regime nazi e os crimes dos quais foi protagonista durante o Holocausto. As leis variam de país para país, mas, em geral, existem restrições rigorosas no que diz respeito ao uso desse símbolo, especialmente quando é associado ao ódio de minorias.
Em Portugal, por exemplo, o Código Penal proíbe a promoção ou difusão de ideologias fascistas, racistas ou xenófobas, o que passa pelo uso de símbolos como a suástica. A sua exibição pública, em contextos que promovam o discurso de ódio ou a incitação à violência, pode ser punida com penas de prisão que podem ir até oito anos.
Esta não é a primeira vez que o rapper se vê envolvido em polémicas do género. Em 2022, o artista norte-americano já tinha afirmado que era "fã de Hitler", tendo também aproveitado o X para usar o termo "defcon 3", que remete para um estado de alerta militar nos Estados Unidos que permite um uso de força acima do necessário, e relacionou-o com a comunidade judaica. Ainda através das suas plataformas, West sugeriu que a escravatura era uma escolha, além de ter referido que a vacina contra a COVID-19 era uma "marca de besta".