"Eu gosto de Hitler". A frase é de Ye (ou Kanye West), que deu uma entrevista ao portal "Infowars", em que também participou o supremacista branco Nick Fuentes. "Eu vejo coisas boas sobre Hitler também", reforçou.
Os comentários antissemitas que já anda a proferir há meses, tanto em entrevistas como nas redes sociais, deixaram a internet em alvoroço – e, agora, fontes próximas do cantor vieram confirmar que este é mesmo fascinado por Adolf Hitler. Aliás, Kanye até chegou a querer ter um álbum em nome do ditador alemão, avança a "CNN Entertainment".
“Ele elogiava Hitler e dizia que era incrível que ele tenha sido capaz de acumular tanto poder, e falava sobre todas as grandes coisas que ele e o Partido Nazi conquistaram para o povo alemão”, disse um empresário que já havia trabalhado para o cantor, em declarações à mesma publicação.
Enquanto foi próximo de Ye, o executivo revelou que este falava abertamente sobre a leitura de “Mein Kampf” ("A Minha Luta"), o manifesto autobiográfico de Hitler de 1925, expressando a sua “admiração” pelos nazis. Além disso, a mesma fonte confirmou que as pessoas do círculo íntimo de Ye estavam “totalmente cientes” do seu fascínio pelo ditador.
A retórica antissemita de Kanye West tem-se revelado de forma permanente, desde o passado mês de outubro. Tudo começou com uma camisola que usou durante um desfile da Semana da Moda de Paris, que tinha a frase "White Lives Matter" estampada ("Vidas Brancas Importam", em português), um lema dos grupos de extrema-direita e supremacistas brancos.
E foi a partir daí que o antissemitismo (de forma tão pública, pelo menos) começou, com uma afirmação que partilhou no Twitter. O rapper pegou no termo militar “defcon 3”, que remete para um estado de alerta militar nos Estados Unidos que permite um uso de força acima do necessário, e relacionou-o com a comunidade judaica. Ainda através das suas plataformas, West sugeriu que a escravatura era uma escolha, além de ter referido que a vacina contra a COVID-19 era uma "marca de besta".
Ainda que se achasse intocável pela indústria, estas ações tiveram consequências, levando uma panóplia de marcas, das quais a Balenciaga e a Adidas são exemplo, a encerrar as colaborações com o rapper. Sem a Adidas, que correspondia a 1,5 mil milhões de dólares da sua fortuna (cerca de 1,4 mil milhões de euros), o artista perdeu o estatuto de multimilionário, que adquiriu em 2020, aquando da sua entrada para a lista da "Forbes".