As polémicas em que Ye, o artista previamente conhecido como Kanye West, rapper e ex-marido de Kim Kardashian, se tem envolvido culminaram num desfecho pouco desejável para o norte-americano. Fruto dos comentários de ódio (direcionados a determinadas comunidades) que tem publicado nas redes sociais, o cantor acaba de perder o título de multimilionário, graças às marcas que decidiram cortar relações com este.

Tudo começou com uma camisola que usou durante um desfile da Semana da Moda de Paris. A peça tinha a frase "White Lives Matter" estampada ("Vidas Brancas Importam", em português), um lema dos grupos de extrema-direita e supremacistas brancos. Ou seja, o episódio foi controverso, já que contraria o movimento "Black Lives Matter", que visa proteger a comunidade negra da discriminação racial.

Depois, a gota que fez o copo transbordar: a afirmação de cariz antissemita que partilhou no Twitter. O rapper pegou no termo militar “defcon 3”, que remete para um estado de alerta militar nos Estados Unidos que permite um uso de força acima do necessário, e relacionou-o com a comunidade judaica. Ainda através das suas plataformas, West sugeriu que a escravatura era uma escolha, além de ter referido que a vacina contra a COVID-19 era uma "marca de besta".

Apesar de todas estas controvérsias, Kanye West achava-se intocável pela indústria. “Posso dizer merda antissemita e a Adidas não pode abdicar de mim”, expressou o rapper, convicto, durante a sua participação no podcast “Drink Champs“, a 20 de outubro. Contudo, parece que não é assim tão imprescindível quanto achava, já que, uma a uma, as marcas com quem colaborava foram queimando os laços (e os contratos) que os uniam.

A primeira foi a Balenciaga, que cortou relações com o artista esta sexta-feira, 21 de outubro. “A Balenciaga não estabelece nenhuma relação nem planos para projetos futuros relacionados a este artista”, avançou Kering, o grupo francês que detém a marca, em comunicado, citado pela "CNN Business".

Esta terça-feira, 25, a Adidas seguiu pelo mesmo caminho, depois de algumas semanas de silêncio. “A Adidas não tolera antissemitismo ou qualquer outra forma de discurso de ódio”, escreveram no site. A marca alemã trabalhava com o cantor desde 2013, tendo desta colaboração nascido a linha Yeezy, composta pelos ténis mais populares da indústria do calçado. Contudo, isto significa o fim da produção dessas peças, uma vez que Adidas é a única proprietária de todos os direitos de design dos produtos existentes.

Não deve ter sido uma decisão tomada de ânimo leve, já que cerca de 4% a 8% dos lucros da Adidas advêm da linha do cantor. Por isso, para a gigante alemã, o fim parceria terá um impacto de cerca de 250 milhões de euros. Para Kanye West, o prejuízo afigura-se ainda maior, já que esta parceria correspondia a 1,5 mil milhões de dólares da sua fortuna (cerca de 1,4 mil milhões de euros), avança a "Forbes".

Festa do 42.º aniversário de Kim Kardashian deu para o torto e a socialite acabou a comer fast food. Veja o vídeo
Festa do 42.º aniversário de Kim Kardashian deu para o torto e a socialite acabou a comer fast food. Veja o vídeo
Ver artigo

Sem a Adidas, o artista perdeu o estatuto de multimilionário, que adquiriu em 2020, aquando da sua entrada para a lista da "Forbes". Se no início deste ano a sua fortuna era estimada em 2 mil milhões de dólares, agora o cantor vale apenas 400 milhões de dólares (ou seja, pouco mais de 399 milhões de euros). Este valor é oriundo de alguns imóveis, do seu repertório musical e do facto de deter 5% da Skims, uma das empresas de Kim Kardashian, explica a mesma publicação.

Desde as publicações controversas, Kanye West está bloqueado no Twitter e no Instagram. Um porta-voz do Twitter confirmou que o bloqueio da conta teve como mote a violação das políticas da rede social, tendo sido substituído por uma mensagem da empresa que diz: “Este tweet violou as regras do Twitter”, refere a "CNN Portugal".

As coisas MAGGníficas da vida!

Siga a MAGG nas redes sociais.

Não é o MAGG, é a MAGG.

Siga a MAGG nas redes sociais.