Era apenas uma mudança temporária, até o Boletim de Saúde Infantil Juvenil deixar de ser impresso mas, esta terça-feira, tornou-se uma questão política. Por imposição do Ministério da Saúde, a Direção Geral da Saúde voltou atrás na decisão de passar a emitir este documento apenas na cor amarela, ao invés de versões em rosa e azul.

“Por decisão do Ministério da Saúde, a DGS vai retomar as cores que eram usadas no Boletim de Saúde Infantil e Juvenil: azul e rosa", informa a DGS numa nota enviada à comunicação social esta terça-feira, 12 de novembro. No dia 9, o "Público" noticiava a intenção da Direção Geral da Saúde de mudar a cor do boletim para amarelo, mantendo um símbolo masculino ou feminino na capa.

A DGS explicava também que esta medida temporária estava relacionada com a transição para o digital, uma vez que a versão desmaterializada do documento não terá cor. "Atendendo à fase de transição em que nos encontramos, considerou-se importante abdicar das cores diferentes — o digital não terá cor — e, por uma questão gráfica, alinhar a cor à do boletim do Programa Nacional de Saúde Infantil e Juvenil, a cor amarela", pode ler-se.

Este documento é emitido pela Imprensa Nacional Casa da Moeda e, depois, adquirido pelas unidades locais de saúde. No site desta entidade, é possível perceber que já nem sequer estão disponíveis as versões azul e rosa deste documento, existindo apenas a versão em amarelo, com os respetivos símbolos, tal como a diretora-geral da Saúde, Rita Sá Machado, já tinha confirmado ao podcast Consulta Aberta, da SIC Notícias.

Esta reversão de um processo que já se encontrava em curso acontece depois de João Almeida, deputado do CDS-PP, partido que integra a coligação do Governo, ter criticado a medida na rede social X, usando a hashtag #naosomostodosamarelos.