É preciso ter cuidado com os supostos procedimentos milagrosos de rejuvenescimento vaginal. O alerta foi dado pela agência norte-americana Food and Drug Administration (FDA), que assegura que há perigos associados às cirurgias estéticas da moda, que visam melhorar a aparência do órgão genital e alegadamente corrigir algumas alterações que podem causar desconforto.

"Recentemente tomámos conhecimento de um número crescente de fabricantes que vendem dispositivos de rejuvenescimento vaginal para as mulheres, e que alegam que esses procedimentos tratarão condições relacionadas com a menopausa, incontinência urinária ou sexualidade", lê-se no comunicado emitido pela entidade.

Reconstrução vaginal. Tudo o que sempre quis saber (e teve vergonha de perguntar)
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"Os procedimento usam lasers e outros dispositivos à base de energia para destruir ou remodelar o tecido vaginal. Esses produtos trazem sérios riscos e não têm provas adequadas que sustentem a sua utilização para esses fins. Estamos profundamente preocupados que as mulheres estejam a ser prejudicadas."

Em 2015 realizaram-se 95.010 labioplastias (é este o nome técnico deste procedimento) em todo o mundo; em 2016 foram 138.033. Um aumento de 45%, com o Brasil na liderança (23.155), seguido dos EUA (13.266). O estreitamento do canal vaginal também deve voltar a ser tendência este ano, garante a associação, apesar de o aumento do número de cirurgias ser menos expressivo — entre 2015 e 2016, foram mais 10%.

De acordo com a FDA, relatórios e artigos científicos publicados revelam "numerosos casos" de procedimentos que resultaram em queimaduras vaginais, cicatrizes, dor durante a relação sexual e dor recorrente ou crónica.

Preocupada com esta questão, a agência enviou ainda cartas de advertência a sete empresas que fabricam estes aparelhos, como o THERMIva, da MonaLisa Touch e da Thermigen, pedindo-lhes que retirem as declarações relacionadas com o rejuvenescimento vaginal não-cirúrgico ou que sustentem melhor essas alegações.