A máxima é simples: reutilizar, seja qual for o tipo de saco que opte para transportar as compras do supermercado para casa. Um teste levado a caso pela DECO PROTESTE, com base em nove tipos de sacos de compras, apurou quantas vezes tem de reutilizar cada saco, desde os de plástico aos de algodão, para reduzir o impacto ambiental. O resultado mais surpreendente é que os sacos de papel têm uma pegada ambiental maior do que os de plástico — mas há mais revelações inesperadas.

Começando por estes dois, o saco de plástico terá de ser usado uma a duas vezes, dependendo se é ou não feito com materiais reciclados, para que compense o uso, ao passo que os sacos de papel terão de ser usados pelo menos nove vezes. Logo a seguir estão os sacos de polipropileno (PP) — um tipo de plástico reciclável — e os de poliéster, cujo uso deve ser entre quatro a três vezes para ter o mínimo impacto no ambiente.

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A partir daqui, as alternativas têm de ser adquiridas com consciência de que, se é para comprar, terá de tentar prolongar ao máximo a vida dos sacos até não servirem para o efeito: suportar as compras. Isto porque um saco de algodão tem de ser reutilizado 101 vezes para compensar o impacto no ambiente e, se for biológico, o número aumenta para 149 vezes, uma vez que a "substituição dos fertilizantes e pesticidas resulta na necessidade de aumento da área de cultivo em cerca de 30%", explica a DECO PROTESTE.

No fim da lista estão aqueles sacos de rodinhas que sempre vimos as avós usarem, os trolley, que podem dar muito jeito para transportar paletes de leite e garrafões, mas não são os melhores para o futuro do planeta, uma vez que têm um grande impacto ambiental desde a produção até que acabam num aterro. Ainda assim, para compensar, teria de os usar mais do que 742 vezes, ou seja, mais de dois anos.

O teste avaliou fatores como os materiais utilizados na confeção de cada saco, a utilização ou não de materiais reciclados, o uso de tintas e corantes, se foram colados ou cosidos e se são biodegradáveis ou compostáveis para chegar à conclusão de quais os sacos menos amigos do ambiente. Contudo, a DECO PROTESTE ressalva que não defende "a utilização do plástico", mas sim "a máxima utilização e o bom senso de cada um, para que se consiga um equilíbrio entre as nossas necessidades e as do planeta", diz Elsa Agante, team Llader de Energia e Sustentabilidade, da DECO PROTESTE, em comunicado.