Em Portugal, 72% do lixo nas praias é plástico. 95% dos resíduos que flutuam no Mediterrâneo são compostos por plásticos. Oito milhões de toneladas de plástico vão parar ao mar todos os anos. Já foram encontrados 17 diferentes tipos de plástico no gelo do Ártico.
Estas quatro frases ajudam a justificar a decisão que a União Europeia tomou, rumo a um planeta mais sustentável. A partir de 2021, vai ser proibido o uso de alguns plásticos como cotonetes, palhinhas e talheres de plástico de modo a reduzir a poluição marítima.
Através de um comunicado do Conselho de Ministros do Ambiente, a União Europeia lembra que, se nada for feito, em 2050 haverá mais plásticos do que peixes no mar e que essa estimativa justifica a proibição de alguns plásticos de utilização única.
O acordo alcançado tem ainda que ser ratificado pelos Estados-membros e pelo Parlamento Europeu, esperando-se que o processo esteja concluído até à primavera de 2019, para que possa entrar em vigor em 2021.
Em outubro, o Parlamento Europeu tinha aprovado uma proposta, com 571 votos a favor, 53 contra e 34 abstenções, que previa a proibição da venda de pratos, talheres, cotonetes, palhinhas, agitadores para bebidas e varas para balões e recipientes para alimentos e bebidas de poliestireno expandido.
Estes são itens que representam 70% do lixo de plástico que contaminam águas e solos.
Outras tipologias de detritos, ainda que não passem a ser proibidas, vão ter novas regras a cumprir. As toalhitas húmidas, por exemplo, têm que ter a indicação na embalagem sobre a sua composição e advertir para o dano que causam no ambiente.
Os produtores de tabaco ficam encarregues de cobrir os custos da recolha das beatas, assim como da incorporação de contentores próprios para eles nas papeleiras de rua. Recorde-se que, segundo uma estimativa do movimento Portugal sem Beatas, em Portugal, sete mil beatas vão parar ao chão a cada minuto.
Os filtros de tabaco com plástico são um dos itens mais comuns de lixo descartável na União Europeia e, por isso, os responsáveis pedem uma inovação nessa área, apelando ao trabalho de investigadores nesse sentido.
Além disso, vai haver um incentivo extra à reciclagem. Até 2030, todas as garrafas de plástico devem ser feitas de, pelo menos 30% de material reciclado.
O objetivo final é reduzir para metade os desperdícios deste tipo de produtos e os números falam por si. Caso os países cumpram as diretivas, será evitada a emissão de 3,4 milhões de toneladas de dióxido de carbono e serão evitados danos ambientais que custariam o equivalente a 22 mil milhões de euros até 2030.