Andreas Noe apanha lixo do chão todos os dias. Mas mesmo todos os dias. Não vai à praia sem um saco vazio que sabe que vem sempre cheio e chegou até a organizar umas das maiores recolhas de lixo que Lisboa já viu. Nessa altura focou-se nas beatas em Lisboa, e em dez horas, conseguiu recolher um total de 25 mil, com a ajuda de 21 voluntários.
Aquando dessa aventura, a MAGG falou com este alemão a viver em Portugal há três anos e que decidiu que era em por cá que iria desenvolver este trabalho especial.
Vive numa autocaravana desde que as rendas em Lisboa se tornaram insuportáveis e deixou o emprego enquanto biólogo marítimo assim que estas causas ambientais lhe começaram a ocupar mais tempo. Agora, de forma mais organizada, e em parceria com instituições e câmaras municipais prepara-se para percorrer toda a costa portuguesa para recolher o lixo que encontrar.
A aventura começa este sábado, 15 de agosto, e termina dia 11 de outubro. Sim, vão ser 60 dias a caminhar à beira mar.
Andreas aproveitou a pandemia para repensar a forma como estava a trabalhar e percebeu que os vídeos diários que publica na sua conta de Instagram a mostrar, de forma divertida, o lixo que apanha todos os dias não tem o mesmo impacto que as grandes ações. Passou, por isso, os últimos meses a fazer contactos com autarquias e associações e agora sabe que vai ter ajuda durante todo o caminho, não só para apanhar lixo, como também para o transformar em algo novo.
"Não é só pôr o lixo nos ecopontos, já todos sabemos que a reciclagem não é a resposta", refere Andreas à MAGG. E é por isso que tem já parcerias com artistas de todo o País, que vão transformar os resíduos em arte, para que no final seja feita uma exposição que sirva de alerta.
No Facebook, o ativista divulga o mapa completo dos sítios por onde vai passar e convida quem se queira juntar. A acompanhá-lo, além de um amigo que conduz a sua autocaravana para lhe dar abrigo à noite (e para servir de depósito de lixo), estará a segui-lo uma equipa de filmagem. Em breve vai sair um documentário.