Apesar de já haver vários estudos sobre o tema, a ciência conseguiu medir pela primeira vez na história o derretimento dos glaciares subaquáticos. O resultado foi alarmante para os cientistas, que perceberam que estes estão a derreter 100 vezes mais rápido do que aquilo que se pensava.
No estudo publicado na revista "Science", a 26 de julho, revela-se que esta é uma descoberta perigosa, tendo em conta que a velocidade a que os glaciares estão a derreter, combinada com as alterações climáticas, ameaçam uma subida dramática do nível do mar até ao final do século.
Estes números vêm mostrar que as pesquisas feitas em 2014, que revelaram que o derretimento dos glaciares causaram uma subida do nível do mar de 0,7 milímetros por ano e que em 2100 poderia chegar aos 100 centímetros, já estão desatualizados. É que à velocidade com que tudo isto acontece, o nível do mar pode subir muito mais — e muito mais cedo.
Os cientistas querem alertar a população para os potenciais efeitos que a subida do nível do mar pode ter, ainda que nem os próprios consigam ter uma previsão precisa do que vai acontece. O facto de não se poder prever o comportamento humano no que diz respeito ao desafio das alterações climáticas — se as atitudes vão mudar para melhor ou não — e de os modelos para realizar este tipo de estudos serem tão complexos, fazem com que apenas se saiba que a situação é grave, mesmo sem a certeza do quão grave poderá vir a ser. Uma coisa é certa: tanto a vida selvagem como a própria humanidade vão sofrer consequências.