Laszlo Varga e Manuel Bastos fizeram o trabalho de casa antes de decidirem abrir mais um espaço de cowork em Lisboa, desta vez em Santa Apolónia.

"Em dez minutos, cerca de 300 mil pessoas conseguem chegar aqui de transportes", garante Laszlo, de computador aberto numa página que compara aquela zona ribeirinha de Lisboa com outras como a LX Factory, o Lacs e o Beato — onde, já agora, apenas 95 mil pessoas conseguem o mesmo feito.

"Este é um ponto que facilmente as pessoas subtraem, mas que para nós é muito importante", explica, ou não estivesse à frente daquele que se apresenta como o espaço de cowork mais sustentável do País.

Este é o quarto espaço da marca portuguesa de hubs criativos de coworking Heden que, depois da Graça, Chiado e Intendente, decidiu ocupar um edifício de mil metros quadrados ao lado do Terminal de Cruzeiros.

Ainda que numa zona central de Lisboa, as paredes envidraçadas com vista para o Tejo ou para qualquer um dos navios de cruzeiro que atracam no cais, fazem esquecer que do lado de fora está uma cidade. Para isso ajudam também as plantas nas paredes, nos vasos, em cima da mesa, no chão, em todo o lado. Na janela, foi criada uma fachada verde bioclimática, que se pretende que faça a vez do ar condicionado.

"No verão, quando tiver calor, vai ser possível abrir a janela para refrescar, uma vez que as plantas servem de barreira ao ar quente", explica Manuel.

Mas a preocupação com a sustentabilidade do espaço não se fica por aqui. As mesas são feitas de madeiras nativas e os móveis e acabamentos são feitos de bambu, madeiras e cortiça. As lâmpadas são LED para um menor consumo energético e a reciclagem vai ser incutida em todos os utilizadores do espaço. "E em breve também vamos implementar um sistema de compostagem", garante Manuel.

Também para breve está prevista a implementação de uma central fotovoltaica para autoconsumo, capaz de alimentar a grande maioria das necessidades energéticas do espaço.

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Mas como quem cá vem, vem para trabalhar, também há que saber as condições. Ao todo, o Heden tem espaço para 120 pessoas, que se podem dividir pelo open space de 32 mesas, ou dividirem-se entre as salas de reuniões, os escritórios privados e o auditório com 80 cadeiras. Os preços do novo espaço Heden Santa Apolónia vão variar entre os 20€ e os 2.500€.

Tal como nos outros espaços da marca, também este quer abrir-se à cidade e não só àqueles que lá trabalham. É por isso que estão abertos a eventos externos e cedem o espaço para esse fim.

Mas quem escolher trabalhar lá, tem uma vida facilitada. Com o objetivo de fomentar a saúde e bem-estar dos seus membros e o tão desejado equilíbrio entre vida pessoal e trabalho, disponibilizam aulas de ioga, massagens, meditação e outras terapias a preços especiais. Adicionalmente, e afirmando-se como hub de conhecimento e cultura, o Heden dinamiza, para membros e colaboradores, workshops, palestras e cursos ministrados por especialistas em áreas tão diversas como crises humanitárias e ajuda internacional, alimentação saudável ou até iniciação à programação informática.

O Heden tem ainda a particularidade de "discriminar positivamente", como explicam os responsáveis, e é por isso que oferece às mulheres passes mensais com um desconto equivalente à diferença salarial média em Portugal entre homens e mulheres: 17,5%.

Para já, este Heden está aberto apenas para eventos mas a partir de dezembro está apto a receber todos os que procurem uma nova mesa de trabalho.

Ainda em 2020, vão nascer mais dois Heden: mais um em Lisboa e uma estreia no Porto.