Num dia de verão, enquanto passeia num jardim em Lisboa ou numa outra cidade onde decidiu passar férias, vai certamente deparar-se com músicos de rua, espectáculos que impressionam pelo perigo, mas em que nada de mal acontece, ou simplesmente a beleza de uma enorme bolha de sabão a ser formada.
Estas bolhas são uma atração para os miúdos, mas não vamos mentir: os adultos também ficam especados a apreciar a formação da bolha e a questionar-se como é que a qualquer instante aquela atmosfera fina de sabão (à mercê de uma aragem ou de um movimento brusco) não rebenta. Há quem seja tão curioso, que tenha levado esse dilema mais a sério.
Os físicos da Universidade de Emory conseguiram descobrir como é que as bolhas gigantes se mantêm estáveis: "Basicamente, começámos a fazer bolhas e a rebentá-las, registando a velocidade e a dinâmica desse processo", explica o físico Justin Burton, conforme divulgado pelo site "Science Alert".
Nesta experiência verificaram que as bolhas mais resistentes eram aquelas que resultavam de uma solução de água, sabão e polímeros, grandes moléculas que tanto se encontram no plástico, na constituição do nosso corpo, nos alimentos, e também em lubrificantes.
Burton explica que esta molécula funciona como uma "bola de pêlo" com um tecido forte, impedindo assim que as paredes da bola de sabão rebentem. E quanto maior é a bolha que vê na rua, significa que maior é a variação do comprimento dos fios de polímero, tornando a bolha mais resistente. "Polímeros de tamanhos diferentes entrelaçam-se ainda mais do que polímeros de tamanho único, reforçando a elasticidade do fio", explica o físico, acrescentando ainda que esta é uma descoberta fundamental para a física.
E porquê? Porque não só ajuda a perceber como se formam as bolhas que vemos nas performances de rua, como as que estão por todo o planeta: "Desde a formação e decomposição de gotículas e bolhas até à aerodinâmica dos aviões e a inversão do movimento das águas profundas dos oceanos", ajudando-nos até a melhorar o fluxo de petróleo ou a limpar a poluição de espuma nos rios.
Mas os físicos não se ficaram pelo estudo. Através de um vídeo explicam a melhor forma de conseguir criar estas bolhas gigantes. Tome nota: precisa de meia colher de chá com pó de goma guar, três colheres de sopa de álcool, 940 mililitros de água, meia colher de chá de fermento em pó e três colheres de sopa de detergente para a louça. Veja passo a passo como juntar estas substâncias.