Não é por acaso que, em tão pouco tempo, “Chernobyl” se tornou na série mais bem cotada do IMDB — tendo já ultrapassado "Breaking Bad" e "A Guerra dos Tronos". Ninguém fica indiferente a esta produção de cinco episódios, onde se narra a história do maior desastre nuclear da história, que aconteceu na sequência da explosão de um reator, na central instalada na cidade de Prpyat.
Sabemos que a série é baseada em factos reais, mas também sabemos que não é um documentário. Há personagens baseadas em pessoas que de facto existiram e viveram a tragédia que até hoje vedou a entrada daquela cidade, mas também há outras que, apesar de ficcionais, representam a junção de diferentes tipos de intervenientes.
Mas podemos analisar mais ao detalhe: que momentos é que aconteceram mesmo? Quais é que foram ficcionados? Um vídeo, com pouco mais de seis minutos, mostra, de um lado, a versão da HBO e, do outro, imagens reais, gravadas na época. Através da comparação, consegue ver-se que a série é muito fiel à realidade (pelo menos, naqueles momentos), tendo dado atenção aos mais pequenos detalhes — aqueles que, à primeira vista, parecem apenas fruto do decorrer da narrativa.
“A maior diferença está em mudar as coisas cronologicamente ou na condensação de informação e de personagens, de forma a que seja possível contar a história em apenas cinco episódios”, ouve-se o narrador a dizer.
Dos dois lados do ecrã, é possível ver a areia a ser atirada para o reator, homens fardados a entrarem na central e até membros da União Soviética reunidos ou a observarem as operações.
A queda do helicóptero —o MI-8 que, depois de ter colidido com um guindaste, caiu nos destroços do reator, matando toda a tripulação — também aparece nas filmagens reais. As duas cenas são praticamente idênticas e é possível ver-se, dos dois lados, Valery Legasov (interpretado por Jared Harris) e Boris Shcherbina (na pele de Stellan Skarsgård) a observarem, parados, enquanto o desastre acontece.
Craig Mazin, realizador da série, já tinha falado sobre a quantidade de investigação a que a criação de “Chernobyl” exigiu. ”Acreditem ou não, esta é a versão do que realmente aconteceu, acreditem ou não, existem alguns relatos ainda piores.”