"A cidade cresceu, a floresta diminuiu e nunca mais ninguém viu ele". A frase, dita por um ancião da Vila Toré, serve de premissa para os acontecimentos de "Cidade Invisível", a nova série da Netflix que chega do outro lado do Atlântico e que segue as pisadas de ficção de qualidade (e que entretém) iniciadas por formatos como "Tudo Bem no Natal Que Vem", "3%" ou "O Mecanismo".
"Ele" é o Curupira, uma entidade das matas, figura emblemática do folclore brasileiro, que ataca quem ousa violar a santidade da Natureza. A figuras mitológicas da cultura popular do Brasil, como Yara, Saci e Cuca (estes últimos que o público português reconhecerá da série infantil "O Sítio do Pica-pau Amarelo") cruzam-se com uma morte misteriosa em "Cidade Invisível".
A trama, da autoria de Carlos Saldanha (corealizador dos filmes de animação "A Idade do Gelo" e "Robôs"), conta a história se Eric (Marco Pigossi), um polícia do departamento do Ambiente que sofre a perda da mulher num incêndio inexplicável. Eric vê-se viúvo e com uma filha menor para cuidar, e o sofrimento de ver a investigação às causas do incêndio que vitimou a mulher ser encerrada.
Mas, de repente, a morte de um boto (golfinho de água doce) em plena praia do Rio de Janeiro, vem desencadear uma série de acontecimentos que vão levar o agente a cruzar-se com criaturas míticas, seres fantásticos e entidades há muito tempo esquecidas. "Cidade Invisível" mistura a previsibilidade de um mistério policial, com toques de thriller, com a frescura de trazer à ficção televisiva figuras do folclore brasileiro que raramente são retratadas fora da ficção infantil ou das novelas. É também um alerta para os perigos da destruição do meio ambiente e das consequências da ganância humana para o Planeta.