Não costumamos ver Ellen DeGeneres a pronunciar-se sobre política. Mas a apresentadora sugere que em 2020 isto possa vir a mudar. Porém, e apesar de já ter levado candidatos ao programa, o "Ellen DeGeneres Show" continuará a ser fiel ao seu género e, portanto, continuará a manter de fora este tipo de assunto. Não é uma comediante ou apresentadora política, explica.

Apesar disso, e de acordo com o que confessou à “Variety", Ellen ainda não decidiu que candidato democrata vai apoiar na corrida contra o atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, mas sugere que já está inclinada para um deles.

“Preocupo-me profundamente com o nosso país e com tudo o que está a acontecer”, confessou no Raleigh Studios, onde a Netflix organizou uma campanha para os Emmy a propósito do seu espetáculo de standup “Relatable”, que se estreou em dezembro de 2018, e que representa o seu regresso aos palcos de comédia, de onde tinha estado afastada durante 15 anos. Neste espetáculo a apresentadora brinca com o seu percurso no mundo da televisão, da comédia e da fama.

Contina: “[Preocupo-me] com o mundo, com o ambiente e com tudo o que se está a passar. Tenho as minhas opiniões. Tento não falar sobre isso. Não sou uma comediante política. Sou política, mas não sou do tipo de pessoa que vá falar sobre isso a fazer stand up. Mas acho mesmo que precisamos de uma mudança e que vamos descobrir quem é que vai ser a pessoa a conseguir isso. Vou esperar e ver quem é que vai conseguir mais votos das pessoas e ver quem é que apoio… Eu já tenho um candidato, mas quero esperar.”

A apresentadora apoiou recentemente o boicote criado por George Clooney aos hotéis (onde se incluem os Dorchester Collection, um deles em Beverly Hills) de Hassanal Bolkiah — o sultão e primeiro ministro de Brunei — como resposta à perseguição a pessoas LGBT no seu país, depois deste ter estabelecido uma lei que sentenciava pessoas que praticassem sexo homossexual à morte por apedrejamento ou chibatadas.

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Mas Ellen chama a atenção para o problema, que vai muito além dos lideres: “São os bancos, são as pessoas que investem nele para conseguir estes hotéis e negócios”, sublinha. “Portanto temos de continuar o boicote. É assustador pensarmos que sermos nós próprios em determinados países é ilegal e que podemos ser mortos por isso. Fico triste por todas as pessoas que lá vivem. Fico triste que outras pessoas tenham essa opinião sobre mim, que achem que há alguma coisa errada comigo só porque amo alguém. Portanto, precisamos de vozes e de fazer decisões para não apoiar hotéis e sítios como este.”

Na mesma entrevista, a apresentadora desmente os rumores sobre a possibilidade do fim do programa “Ellen DeGeneres Show”, admitindo que ficou surpreendida por toda a gente estar a especular sobre isso. “Não é o caso”, diz, numa alusão ao boato.

Mas assume que fazer um programa diário é cansativo. “Não sei quanto tempo mais vai durar o programa e não sei o que é que vou sentir daqui a uns anos”, diz. “Não sei.”