Com uma carreira de 15 anos e vários papéis principais em novelas como "Laços de Sangue", "Dancin' Days", "Mar Salgado" e "Vidas Opostas", a atriz volta a ser a 'boa da fita', depois de encarnar várias antagonistas. Em "Amor Amor", faz par com Ricardo Pereira, que dá vida a Romeu Santiago, um cantor romântico com quem viveu um amor de juventude que teve um fim abrupto.

Em entrevista à MAGG, Joana Santos recorda a gargalhada interior que deu quando Daniel Oliveira a convidou para ser uma cantora em "Amor Amor", algo que depressa transformou em entusiasmo por esta nova personagem. Fala sobre os nervos do regresso ao trabalho e explica como 2020 ficou marcado pelo nascimento da filha, Mia, atualmente com oito meses. A atriz é casada com o realizador Simão Cayatte, com quem tem ainda mais um filho, Ari, de três anos e meio.

Linda Sousa Ribeiro é a sua primeira protagonista em sete anos (desde "Dancin' Days"). É uma responsabilidade que a entusiasma ou a deixa nervosa?
Sinto que todos os papéis que tenho tido desde "Laços de Sangue", sendo protagonista ou antagonista, são papéis de igual exigência. Portanto, fico sempre entusiasmada e nervosa (sorriso). Entusiasmada por ser um novo desafio, querer conhecer a personagem, começar a dar-lhe vida, saber quem são os meus colegas, voltar à rotina das gravações. Nervosa, porque tenho sempre medo de não estar à altura, e no início fico sempre nervosa por me sentir 'enferrujada' a decorar os textos (risos).

Quais foram os elementos que a atraíram para representar esta mulher?
Quando o Daniel [Oliveira, diretor geral de Entretenimento do grupo Impresa] me desafiou para fazer esta novela e me disse que ia desempenhar o papel de uma cantora, ri-me muito por dentro e pensei, 'está doido'! Eu não sei cantar!! Ahahaha! Mas depois ele contou-me um pouco da história, comecei a ficar entusiasmada com a possibilidade de desempenhar uma cantora, mesmo não sabendo cantar. Eu não preciso de ser cabeleireira ou bombeira para desempenhar esse papel, com dedicação e exigência consegue-se tudo. No fundo foi este o elemento que mais me atraiu: o desafio de interpretar uma cantora.

A sua personagem é uma mulher que emigrou para o Luxemburgo e cujos filhos nasceram naquele país. Uma realidade tão próxima de nós mas que raramente é retratada na ficção (e quando é, é-o de forma caricatural). Como é que prepararam estas personagens para que tenham essas características de emigrantes que regressam ao país natal mas que não sejam caricaturas?
Sim, uma das minhas preocupações era não querer entrar em modo caricatura. Falei com algumas pessoas que viveram no Luxemburgo para tentar perceber se faria sentido adotar algumas expressões idiomáticas mas preferi não o fazer. Aguentar um sotaque, usar expressões, etc numa novela, por vezes não é fácil, e pode cair no exagero se não for uma coisa estudada com tempo.

Com as devidas distâncias, há na sua personagem alguma inspiração na história da cantora Linda de Suza?
Presumo que sim, pela coincidência do nome e por ser emigrante, mas os autores saberiam responder melhor a essa pergunta.

"Quando o Daniel me disse que ia desempenhar o papel de uma cantora, ri-me muito por dentro e pensei, 'está doido'"

Ao ler a sinopse de "Amor, Amor" ficamos com a sensação de estar a 'ver' por antecipação aquelas grandiosas novelas da Globo dos anos 80 e 90, com muito espetáculo e uma clássica história de amor. Sente que esta novela é um regresso aos básicos, digamos assim?
Não sei se será um regresso aos básicos, mas que será grandiosa acho que vai ser! Com muita música, concertos, festarolas, muita animação que na minha opinião, estamos a precisar e muito, e como uma bela história de amor e drama que uma novela tem de ter.

Como tem sido trabalhar em tempos de covid-19? Quais foram as adaptações mais difíceis a esta nova realidade no contexto de trabalho?
Ao início é estranho, mas depois uma pessoa habitua-se. Ao princípio estava com alguns medos por saber que iria estar em contacto com várias pessoas, mas seguindo as direções da Direção Geral da Saúde e mantendo a calma as coisas vão-se fazendo. Nos estúdios temos camarins individuais para cada ator, andamos sempre de máscara e só retiramos para gravar, e fazemos testes sempre que necessário. Não nos cruzamos com as outras produções e não há abraços e beijinhos para ninguém, que é a parte mais chata (risos).

A nível pessoal, que impacto é que este ano teve na sua vida?
Tive a minha filha no meio da pandemia, foram tempos um pouco difíceis e confusos. Colegas meus partiram... foi um ano duro mas não gosto de dizer que é um ano para esquecer, ter passado mais tempo em família e o nascimento da minha filha faz-me não querer esquecer este ano [2020]! Não me posso queixar, tenho a sorte de continuar a trabalhar e estar bem de saúde!