Num momento raro, Júlia Pinheiro foi entrevistada pelo filho. A apresentadora da SIC foi a convidada do programa da rádio Comercial "Era o Que Faltava" desta quinta-feira, 29 de julho, formato apresentado por Ana Martins e Rui Maria Pêgo.
Este foi, de resto, o último "Era o que Faltava", uma vez que Rui Maria Pêgo revelou esta sexta-feira, 30 de julho, que vai sair de Portugal, rumo ao Reino Unido, onde vai fazer um mestrado em teatro.
Com quase 40 anos de carreira televisiva, a apresentadora admitiu, no entanto, que a rádio é o seu "primeiro território". "É feliz, mais do que confortável, feliz. A rádio é o meu primeiro território, é a minha primeira pele e é um local que regresso sempre com muito prazer", comentou.
Ao longo da carreira, a apresentadora explica que percebeu que não desejava entrevistar as pessoas, mas sim conversar com elas. "Conversar com a noção de que estamos a apanhar pontos ocultos na comunicação entre duas pessoas é fascinante e é isso que me leva a sentar todos os dias num estúdio de televisão", confessou.
Questionada pelo filho se existem "modas de comunicação", Júlia comentou que não existem essas modas, mas sim formatações que obrigam a uma adaptação. O tema sempre presente das audiências também foi abordado e a apresentadora de 58 anos admitiu que é muito competitiva no que toca a esse assunto. "Sou mesmo muito assanhada com as audiências, mas isso tem a ver com a minha carreira televisiva. Eu pertenço à televisão privada que tem métricas e se não há métricas… os programas morrem", afirmou Júlia.
Júlia Pinheiro começou a sua carreira televisiva na RTP, tendo transitado para a SIC no ano da fundação do canal, em 1992. Mudar-se-ia para a TVI em 2003, onde esteve até ao final de 2010. No início de 2011 regressa à estação de Paço de Arcos, onde apresenta atualmente "Júlia", o formato das tardes de semana.
Sobre estes caminhos, a comunicadora disse. "Aprendi que sou um ser muito adaptável. Aprendo muito rapidamente e as mudanças sempre me deram uma possibilidade de crescimento". Ana Martins lançou ainda uma questão em relação à televisão. "Se um dia mandasse em toda a televisão em Portugal, há alguma coisa que mudava imediatamente?". A resposta foi taxativa. "A televisão é muito bem feita em Portugal, cada canal tem a sua vocação e a sua identidade. Eu tenho o maior respeito por aquilo que nós fazemos na nossa indústria".
Com quase 40 anos de casamento e 32 anos de maternidade (é mãe de Rui Maria Pêgo, 32 anos e das gémeas Carolina e Matilde, de 23), Júlia Pinheiro admitiu que a prova mais exigente na sua vida foi ser mãe. "É mais difícil do que qualquer coisa. É um desafio que quando acontece, nós não temos perceção", revelou.