Paula Neves, atriz de 45 anos, e José Carlos Pereira, ator e médico de 44 anos, estiveram este sábado, 18 de fevereiro, à conversa no programa “Conta-me”, da TVI, para recordar a novela “Anjo Selvagem". Transmitida entre 2001 e 2003, eram ambos protagonistas e faziam par romântico.
Os atores começaram por relembraram o "fenómeno" que foi o “Anjo Selvagem”, contando que não podiam sair de casa ou ir a um centro comercial e até nas gravações tinham de ter seguranças. “Eu não conseguia sair de casa, não dava”, conta a atriz.
Maria Dulce, Isabel de Castro, Canto e Castro, atores do elenco da novela que já morreram, foram relembrados de forma emotiva por ambos. Paula Neves revelou que tem sempre consigo uma fotografia de Isabel de Castro, atriz que faleceu em 2005, que fazia de avó de Mariana, personagem interpretada por Paula. “Nós ficámos quase avó e neta da vida real. Houve ali uma união de almas muito, muito forte. Ela acompanha-me até hoje”, disse a atriz, que se refere a Isabel de Castro como o seu “anjo da guarda”. “Nós tivemos grandes mentores”, disse Paula. “Fomos afortunados nesse aspeto”, concordou o ator.
“Ver-te assim um bocadinho mais atinado é estranho, porque eu sempre te conheci muito louco”, diz Paula Neves a José Carlos Pereira, que “nunca” se deram mal e que sempre gostaram “imenso um do outro”.
Os atores contam que gostariam que a novela “Anjo Selvagem” voltasse, tal como aconteceu com os “Morangos com Açúcar”. Eu acho que há espaço para isso”, disse a atriz. O momento mais marcante da novela para ambos foi o episódio que fizeram em direto, uma estreia em televisão com três decors e com a duração de 1 hora, no aniversário da personagem Mariana. Este episódio em direto foi o episódio 100 da novela. “A cena final é o bolo de aniversário gigante a entrar e entra toda a gente decor dentro”, conta a atriz.
Paula Neves recordou também a novela “Doce Tentação”, em que interpretou Augusta, uma “mulher virgem, muito beata, muito católica, de 30 anos, sempre com uma bíblia na mão, mas lá dentro eram romances eróticos de cordel”. A personagem que deu mais “gozo” de interpretar a José Carlos Pereira foi Pepito, na novela “Anjo Meu”, da TVI. “Foi muito, muito engraçado”. Além disso, o ator relembrou “Feitiço de Amor”. “Foi uma novela muito dura, por causa das temperaturas [nas cavalariças]”, mas “muito marcante”. “Gostei muito desse projeto”, revelou o ator.
Os atores, que demonstraram interesse em voltar a contracenar juntos, esperam fazê-lo novamente “em breve”. “Talvez neste próximo ano venha a acontecer, vamos ver”, adiantou José Carlos Pereira.
José Carlos Pereira sobre continuar a conciliar a carreira de ator e medico. "Vai ser cada vez mais difícil"
Falando sobre os seus projetos atuais, Paula Neves conta que está atualmente a trabalhar na comédia “Dry Martini”, no Teatro Armando Cortez, com Heitor Lourenço, Sofia Grilo, Sofia Ribeiro, Mário Bomba e Maria Henrique, de quarta-feira a domingo. Já José Carlos Pereira inaugurou oficialmente a sua clínica. Quanto a continuar a conciliar a vida de ator com a de médico, este mostra-se reticente. “Vai ser cada vez mais difícil, não vou mentir, porque a medicina estética está a ocupar cada vez mais tempo na minha vida. Neste momento, dou consultas todos os dias, estou a trabalhar cá [em Portugal] e vou começar a trabalhar em Espanha também”, contou.
À pergunta de José Carlos Pereira sobre como a atriz se vê no futuro, esta imagina-se a “continuar a fazer novelas”. “Eu gosto mesmo de fazer novelas”, frisou. Quanto à música da novela “Anjo Selvagem”, dos Maxi, os atores pensam que “vai ficar eternizada”.
Mais no final na conversa, os atores relembraram as partidas que António Pedro Cerdeira, que interpretava Francisco Salgado em “Anjo Selvagem”, lhes pregava. “Logo na primeira cena da manhã, vou-me calçar e tinha os sapatos todos cheios de espuma de barbear”, recorda José. Já Paula conta que, numa cena em que Mariana tinha de morder a mão de Francisco Salgado, o ator “esfregou uma malagueta na mão”.
No fim da conversa, Paula Neves pergunta a José Carlos Pereira se este ainda acredita no amor. “Cada vez mais, gosto de viver apaixonado”, respondeu. “Continuo a acreditar no amor e há vários tipos de amor e eu acho que o amor é uma coisa que se deve trabalhar e cultivar todos os dias”, acrescentou.