Ainda não tem data de estreia (oficial), mas tudo indica que estreará na SIC no final de fevereiro. "Por Ti", que marca a estreia de Lourenço Ortigão, Dalila Carmo e Luís Esparteiro na ficção da estação de Paço de Arcos, é a novela do desconfinamento e cuja história reflete o momento em que vivemos. Temas como a sustentabilidade, o nomadismo digital, a mudança de profissionais liberais das grandes cidades para aldeias em risco de desertificação e o dilema entre a tradição e o progresso (consubstanciado na construção de uma barragem, o mote de todo o conflito da trama) dominam a história, uma ideia original de Artur Ribeiro com guião de Alexandre Castro.

Nos últimos dois anos, as novelas das duas estações concorrentes (SIC e TVI) migraram da cidade para o campo (exemplos mais recentes como "A Serra", da SIC, e "Bem Me Quer" e "Festa é Festa", da TVI). No caso de "Por Ti", Daniel Oliveira explica que o facto de esta trama se passar no centro do País tem que ver com um tema bastante atual.

"Há aqui um traço nesta novela que tem a ver com essa migração da cidade para o interior. O que nós queremos é contar histórias que sejam suficientemente atrativas para os espectadores, independentemente de serem na cidade ou no interior", explica o diretor geral de Entretenimento do Grupo Impresa.

Quase dois anos depois do fim das gravações de "Pecado", minissérie da TVI (e o último projeto que fez na estação de Queluz de Baixo), Dalila Carmo estreia-se na ficção da SIC e com um papel que, tendo em conta o seu percurso televisivo, é uma novidade. "É uma mulher normal (risos)! Deve ser das poucas personagens que eu fiz que não tem nenhuma psicose. É estranho, é bizarro estar a fazer uma mulher equilibrada", admite a atriz.

Bruno Cabrerizo e Lourenço Ortigão juntos na próxima novela da SIC
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Igualmente estreante num projeção de ficção para o canal generalista da SIC (depois de ter entrado na terceira temporada de "O Clube", na plataforma de streaming OPTO) é Lourenço Ortigão, também ele ex-TVI. O ator de 32 anos é Afonso Guerreiro, protagonista da trama e par romântico de Filipa Areosa (Mia Amado).

"Nós já nos conhecíamos, mas nunca tínhamos trabalhado juntos. Agora é um bocadinho o reviver daquela confiança que sempre tivemos", diz Lourenço. "Tenho um papel mais leve, a própria linguagem é diferente da das últimas novelas que fiz, que eram um bocadinho mais pesadas, as coisas eram mais sérias. Aqui há drama, há conflito mas é gerido de outra forma. As coisas são um bocadinho mais inconsequentes.  Não se guarda tanto rancor. Há sentimentos por cada personagem mas, no final de contas, é tudo mais leve. E isso, para nós, também é bom, porque reflete em nós uma leveza diferente", explica ainda Lourenço Ortigão.

Dez anos depois de ter encarnado a sua primeira protagonista (na nona e última temporada de "Morangos com Açúcar"), Filipa Areosa volta a encabeçar o elenco de um projeto de ficção de um canal privado. "Não é assustador. Estou aqui como atriz e como profissional, é para isso que fui contratada. Claro que existe essa forma de pensar, que lá porque são protagonistas têm de levar todo o projeto à frente. Claro que sim, damos a cara, mas não somos só nós. Mas não sinto grande responsabilidade, se calhar porque tenho bons colegas e o elenco também ajuda a levar tudo para cima", conta a atriz de 31 anos.

Para construir Mia Amado, a advogada que vai lutar contra a construção da barragem em Rio Meandro, Filipa Areosa socorreu-se da irmã, que exerce a mesma profissão que a sua personagem. "Percebi a forma como lidam, como falam com as pessoas no dia a dia. A Mia tem mais pelo na venta do que a minha irmã, mas preparei-me no sentido de perceber como funcionam as leis, como é que as coisas são feitas e, depois, perceber esta história toda das barragens", conta ainda a atriz.

"Por Ti" é o quarto formato de ficção de Diogo Amaral na SIC. Depois de, em 2021, ter ido à RTP1 'fazer uma perninha' na meta-novela "Por do Sol", o ator de 40 anos regressa às novelas, no papel de Dieter Weissmuller, um gestor que deixa Cascais para ser instrutor de yoga e abrir um bar em Rio Meandro. "Ele escolheu o caminho de uma vida saudável, mas continua lá a sua velha persona. Vemos esta pessoa, que tenta escolher uma vida mais zen, mas que tem as suas lutas que o fazem vibrar e não conseguir, por vezes, manter a calma", explica Diogo Amaral. Dieter vai apaixonar-se por uma mulher de 18 anos, o que vai criar "alguma controvérsia". "Para ele, é uma coisa muito séria", explica o ator.

Uma das personagens mais misteriosas (e divertidas) da trama é Isabel Brito, interpretada por Alexandra Lencastre. "Há uma lenda da Sereia, depois há um vidente, que é o José Raposo, é o único que sabe realmente a verdade. Mas, para o público, vai ser tipo 'Quem Matou o António?'. Ou seja 'Quem é a Sereia de Rio Meandro?'", começa por explicar a atriz. "É engraçado porque tem que ver com o misticismo que este autor quis dar, que trabalha o realismo fantástico", continua Alexandra Lencastre.

Sobre Isabel, a atriz explica que é uma mulher com "dupla personalidade". "Ela não pode beber, e quando bebe não só faz muitos disparates, como não se lembra. Por isso, quando é confrontada com as coisas que fez fica muito envergonhada, mas não assume". Em "Por Ti", a personagem de Alexandra Lencastre vai desenvolver um fascínio pelo padre Orlando, interpretado por Bruno Cabrerizo.

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Qual é a história de "Por Ti" ?

"Por Ti" tem como epicentro geográfico duas aldeias fictícias, situadas no centro do país: Aldeia de Cima e a Aldeia de Baixo (que pertencem à freguesia de Rio Meandro). Na Aldeia de Cima vive uma população mais conservadora e tradicional; na segunda, que conheceu recentemente uma repovoação, habitam ecologistas, agricultores de produtos sustentáveis, jovens famílias e artistas. O conflito que espoleta a ação da história está relacionado com a construção de uma barragem. A estrutura (cuja obra vai ser comandada pela vilã da trama, Renata Jones, interpretada por Rita Blanco) irá trazer desenvolvimento para uma das terras e significará a morte de outra, devido à subida das águas.

E é aqui que entram os dois protagonistas: Afonso Guerreiro (Lourenço Ortigão), engenheiro na empresa que vai construir a barragem, e Mia Amado (Filipa Areosa), advogada que vai liderar o movimento contra a construção da barragem. Pelo meio há o diácono Miguel Brito (Fernando Luís) que vai ver o seu lugar na paróquia (e no casamento) ameaçado pela chegada do padre Orlando (Bruno Cabrerizo) à Aldeia de Cima.

O padre, que tem parecenças físicas com um ator italiano, vai deixar Isabel (Alexandra Lencastre), a mulher do diácono, de cabeça perdida. Além das guerras entre aldeias, o misticismo vai marcar toda a ação. Isto porque há a Sereia do Meandro, um ser fantástico do rio, cuja identidade ninguém conhece.