Em 2020, a notícia do regresso de Cristina Ferreira à TVI surpreendeu o público e, sobretudo, a SIC, canal onde a apresentadora permaneceu durante dois anos. Na altura, a estação de Paço de Arcos avançou com um pedido de indemnização por quebra de contrato unilateral, que se fixou em mais de 20 milhões de euros – mas, quase 3 anos depois, dos advogados ao valor exigido, o processo continua a mudar.
Atualmente, a SIC continua a exigir à atual diretora de Ficção e Entretenimento da TVI o pagamento da tal indemnização, mas com um valor um bocadinho menos avultado: 12,3 milhões de euros, menos oito milhões do que o valor inicialmente pedido. A notícia foi avançada pela edição desta quarta-feira, 19 de abril, do "Correio da Manhã", que explica que a estação terá apresentado um requerimento no Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa Oeste com o objetivo de atualizar o valor do pagamento.
Porque é que o montante diminuiu? Bem, porque aquele que foi inicialmente estipulado tratava-se apenas de uma estimativa, obrigatória para se conseguir avançar com o processo que opõe as duas partes, devido ao incumprimento do contrato da apresentadora, que ainda tinha dois anos e quatro meses pela frente.
O valor, agora atualizado, reflete as perdas que a estação terá sofrido com a saída inesperada da mesma – e foi diminuído, uma vez que os prejuízos não foram tão altos quanto se previa. Para chegarem a este valor, o "Correio da Manhã" noticia ainda que a estação televisiva terá contratado uma consultora externa, a Bakertilly.
Mas esta não é a única mudança que se registou desde o início do processo, em 2020. Pouco depois de tudo ter começado, Cristina Ferreira acabou por mudar os responsáveis pela sua defesa, aliando-se aos advogados Luís Barros Figueiredo e Sofia Louro. No entanto, a apresentadora terá sido, numa primeira instância, representada pela sociedade Telles Advogados, que chegou a reunir-se com a PLMJ, que trabalha com a SIC, continua o diário português.
Quanto ao julgamento, o arranque está marcado para 21 de junho, no Tribunal de Sintra, depois de o Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa ter decidido que não era "competente territorialmente" para julgar a ação, num despacho emitido em 2021. A diretora de Ficção e Entretenimento da TVI será ouvida na primeira sessão, que decorrerá na manhã desse dia, e Francisco Pedro Balsemão, o CEO do grupo Impresa, que detém a estação rival, será ouvido à tarde.
No entanto, esta não será a única oportunidade que ambas as partes terão para apresentar os seus argumentos. No total, estão marcadas sete sessões em tribunal, que decorrerão nos dias 28 e 30 de junho, assim como nos dias 3, 5, 7 e 10 de julho, de acordo com a mesma publicação.
De lembrar que a saída da apresentadora da SIC foi conhecida a 17 de julho de 2020, ainda que o seu contrato só terminasse, formalmente, em 2022. Nessa mesma altura foi anunciado que Cristina Ferreira iria regressar à TVI com novos papéis em mãos: o de diretora de Ficção e Entretenimento, que ainda detém, e o de acionista da Media Capital, empresa que detém a estação de Queluz de Baixo.