Sofia Manuel, mais conhecida por Tripeirinha, considera as plantas as suas melhores amigas e não esconde a paixão que sente por estas. Na sua página de Instagram, que conta com quase 200 mil seguidores, partilha as dicas de como mantê-las saudáveis, bem como as particularidades de determinadas espécies. Agora, a "influenciadora das plantas" embarca num novo desafio e é a cara do "Plantmania", o programa que estreia esta quarta-feira, 19 de junho, no canal Casa e Cozinha.
Sobre a sua ligação às plantas, Sofia Manuel explica que esta já dura há muitos anos. "A minha avó era uma grande amante de plantas, tinha plantas por todo o lado, na casa, tinha imensas plantas no jardim, uma hortinha e levava-me para tudo isto, levava-me com ela. Nós passávamos o dia a conviver com plantas e para mim é super natural, plantas, avó, avó, plantas", conta em entrevista à MAGG.
O formato televisivo, que conta com 10 episódios, acompanha a renovação feita em casas dos participantes. Dos terraços cinzentos aos espaços cheios de vida, o objetivo é que o espectador se sinta "inspirado para plantmanizar a sua casa, vai também estar preparado para fazer escolhas acertadas e cuidar das suas plantinhas com sucesso", diz Sofia Manuel.
Trata o público por "plantmanas", e atualmente tem 197 mil seguidores no Instagram, onde assume, também, uma voz ativa. Mas, afinal, o que terá motivado a Tripeirinha a criar conteúdos para as redes sociais? Leia a entrevista.
Em "Plantmania", vai transformar os espaços dos participantes em paraísos verdes. Houve algum episódio que tenha sido particularmente surpreendente?
Eu uso sempre esta palavra para definir o programa, um apocalipse. Porque não sei se as pessoas vão ter noção, ao ver o programa, do trabalho que está por trás. Quando pões plantas numa casa, na verdade não são só plantas, temos um projeto e à parte do projeto, que tem de ser feito antes, que envolve conhecer o espaço das pessoas, perceber as suas necessidades, necessidades de luz, por exemplo. Tudo isso é muito trabalhoso.
A quantidade de vasos, a quantidade de terra — porque nós tentamos criar cada espaço num paraíso verde, não é só por uma plantinha. A parte da transformação foi mesmo intensa, toda a gente, até os câmaras a fazerem substrato, a fazerem as misturas de terra, mexerem nos vasos, a fazerem furos na parede foi muito, muito intenso.
Uma coisa que me orgulha muito neste programa, e foi debatido com o canal, é que não tem guião, vai sendo feito e eu vou falando para as pessoas ao longo do programa com coisas que me apetece dizer naquele momento. Ou seja, nós não só fazemos a renovação do espaço, o programa também tem um aspeto didáctico. Vou explicando e ensinando sobre as plantas, é um programa para toda a família. É a realização de um sonho. É na verdade muito cansativo, mas vale muito a pena.
O facto de não ter guião atribui um caráter natural ao programa. Era essa a intenção?
Sim. Aliás, eles ficaram muito assustados, mas correu bem. Por exemplo, estava a misturar terra, dizia alguma coisa e estava feito. Passado um minuto, já o senhor do solo tinha ido para outro sítio, o senhor da câmara para outro e eu dizia ‘não, não, venham cá, que eu quero falar outra vez’ e tinha assim esta dinâmica muito engraçada e de momento.
Todos os programas têm aspetos diferentes e têm dicas diferentes, porque é aplicado a cada projeto. O que mais me deixou feliz foi ter um programa mais livre, que eu pudesse mostrar aquilo que eu sou quando trato das minhas plantinhas.
Quais são as suas expectativas para o programa?
Estou nervosa, ansiosa, é um misto de emoções. Estou desde fevereiro a fazer projetos para a casa das pessoas, para depois filmarmos, para depois vir a edição, rever, então tem sido um culminar de tanta coisa que eu estou uma pilha de nervos e estou curiosa para saber como é que o projeto vai ser recebido.
Nunca houve um programa deste género a ser feito e no Instagram tenho a minha audiência, as pessoas que me acompanham, mas aqui estamos a falar de televisão e posso estar a dirigir-me a um público que se calhar nunca me ouviu. Até a minha maneira de falar, não sei se vai ser bem recebida ou não, mas estou com expectativas de que as pessoas gostem.
As gravações já duram alguns meses. Quando é que terminaram?
O último programa foi feito há mês e meio, o período de gravações ainda foi extenso. Ainda vamos gravar em julho mais cinco episódios, que só vão sair em setembro. Portanto, agora vão sair dez, e nesses dez, o programa tem a parte de renovação e a parte do projeto, em que as pessoas vão ver numa sala, num escritório, o projeto a ser feito e a explicação das minhas opções. Tudo isso foi gravado em momentos diferentes até chegarmos à casa das pessoas.
Espreite o vídeo de promoção do programa
Em 2021, em plena pandemia, tinha 65 mil seguidores. Hoje, tem quase 200 mil. O que a levou a criar conteúdos relativos à jardinagem?
Criei em 2020 e depois...cresceu uma coisa assim do outro mundo. Eu continuo a achar que tenho duas pessoas a ouvir-me. Como é que isto tudo começou? Eu filmava as minhas plantinhas e começavam a aparecer perguntas de amigos que me seguiam e eu respondia a essas perguntas e esses amigos partilhavam, e mais pessoas começaram a chegar, foi quase uma bola de neve.
Houve um dia em que pensei 'meu deus, vou criar um vídeo, porque sempre gostei de ensinar e assim já consigo responder a toda a gente'. O primeiro vídeo que lancei foi "Os cinco pilares para cuidar das plantas de interior", mesmo para tentar dar respostas às mensagens que recebia. Mas depois desse vídeo, surgiram ainda mais mensagens, ou seja, esse vídeo não solucionou nada. Quando fiz o primeiro vídeo, fiquei muito contente com o feedback.
O principal propósito dos seus vídeos é que tanto um profissional ou uma pessoa que não está informada sobre as plantas perceba a mensagem?
Exatamente, é uma das maiores alegrias que eu tenho, gosto de tornar o ensino entusiasmante, cativante, de fazer piadas e com uma linguagem simples. Há biólogos, arquitetos paisagísticos e botânicos que me seguem e que também me enviam mensagens com dúvidas. É mesmo muito bom. É uma comunidade, fico muito feliz.
Tendo em conta a visibilidade dos seus conteúdos e do que observa, considera que há cada vez mais pessoas conscientes sobre a importância da biodiversidade e da importância da natureza no nosso dia a dia?
Completamente. Finalmente abrimos os olhos e se calhar foi a única coisa boa que a pandemia nos trouxe. Toda a gente percebeu que não vive sem um pé no jardim, não vive sem ver uma árvore, não vive sem o contacto com natureza.
Percebemos, finalmente, que não vivemos bem só com betão à nossa volta. E depois, para além de todos os momentos que estamos a viver, estamos numa crise climática gigante e acho que as pessoas percebem que não é só consumo, que temos de nos voltar mais para as nossas origens, que neste caso, é a terra.
O programa "Plantmania" é transmitido de segunda-feira a sexta-feira, às 22 horas. "De T0 a TVerde", "Oásis na cidade" e "Varanda na cidade invicta" são os títulos de alguns dos episódios. O Canal Casa e Cozinha está disponível na posição 137 na NOS, 120 na Vodafone e na 205 na TV Box HD, e no canal 122 no MEO.