A próxima novela da SIC chama-se "Lua de Mel" e vai trazer de volta as personagens de anteriores produções mais amadas pelo público. Está com saudades da Nazaré, de Carolina Loureiro? Ou da Prazeres, de "Terra Brava", interpretada por Noémia Costa? Estas personagens (e não só) vão regressar ao seu ecrã.
E é já no dia 6 de junho. "Lua de Mel" vai ocupar os próximos meses de verão, sendo emitida após o "Jornal da Noite", até outubro, quando chega ao fim, avançou Daniel Oliveira, diretor-geral de entretenimento e diretor de programas da SIC esta terça-feira, 24 de maio, dia em que também aconteceu a apresentação à imprensa desta produção.
Em Monsanto, a equipa de produção e, claro, o elenco do formato marcaram presença para revelar novos detalhes acerca de "Lua de Mel" e também foi mostrado um trecho daquilo que os espectadores podem esperar desta novela.
"É um bom resumo da premissa da história, de algumas das fórmulas que nós encontrámos para que as personagens se cruzassem e isso fizesse sentido para os espectadores", afirmou Daniel Oliveira.
Esta nova aposta da SIC para a ficção é uma das muitas formas que encontraram de celebrar os 30 anos da estação, assinalados quatro meses depois da estreia de "Lua de Mel", portanto, no dia 6 de outubro. Trata-se, de acordo com Daniel Oliveira, de um "projeto muito especial", pautado pela "inovação".
"O mote que a SIC quer lançar com esta 'Lua de Mel' é que as pessoas estejam felizes — quem faz e quem vê"
O diretor-geral de entretenimento da SIC esclareceu que esta novela "pretende também olhar para o futuro". Ao trazerem personagens de outras novelas já terminadas de volta e fazendo-as interagir umas com as outras, apostam no género "crossover", ou "cruzamento", muito visto hoje em dia em séries internacionais.
"Tínhamos testado, em Portugal, esse crossover de novelas, e tínhamos sido dos primeiros a fazê-lo. E correu tão bem que nós, quando estávamos a pensar numa forma de celebrar os 30 anos da SIC e também a ficção da SIC em particular, pensámos numa história que fosse surpreendente para as pessoas", justificou.
Daniel Oliveira recordou o cruzamento entre "Terra Brava" e "Nazaré", bem como aquele que existiu entre "A Serra" e "Amor Amor". "Decidimos amplificar essa ideia para uma novela com uma temporada curta", disse, sobre o conteúdo produzido pela SP Televisão.
Desta forma, irão trazer para as "noites de verão, mais familiares e mais divertidas", esta super novela. "A SIC não tem medo de arriscar. Quando somos líderes, temos de ser pioneiros", admitiu o presidente do grupo Impresa, Francisco Pedro Balsemão. "Vamos, com esta novela, marcar mais uma vez a história da televisão portuguesa", acredita.
"O mote que a SIC quer lançar com esta 'Lua de Mel' é que as pessoas estejam felizes — quem faz e quem vê", esclareceu Daniel Oliveira, que, no próximo mês, completa quatro anos como diretor-geral de entretenimento da estação de Paço de Arcos."É algo diferente, é um desafio novo, que nunca foi feito", relembrou, sublinhando a vontade de "captar sempre mais públicos e outros públicos", nomeadamente os mais jovens.
Que personagens de outras novelas estarão de volta em "Lua de Mel"?
"Lua de Mel" vai trazer personagens de novelas anteriores e já terminadas, mas também vai apresentar novas caras ao público. É o caso de personagens como as de Cláudia Vieira (Dina Cruz), Jessica Athayde (Liliana da Silva Pinto) e Fernando Pires (Renato França).
Para Daniel Oliveira, "é muito relevante a forma como as novas personagens se vão incluir na história". "São muitos os atores que entram de novo e que parece que pertenciam a esta história desde sempre", considera, explicando que "as personagens vão-se cruzando, seja num registo mais longo, da temporada inteira, seja em registos mais curtos, ou seja, em participações especiais".
Estas participações que "não são tão longas" são, para o diretor de programas da SIC, "igualmente muito relevantes". Utiliza o Toni, de Afonso Pimentel em "Nazaré", como exemplo disso mesmo. "Essa foi a premissa desta novela, ou seja, convocar essa memória, mas ter personagens novas, apontar ao futuro e ter essa diferenciação", continuou.
O maior desafio, de acordo com Daniel Oliveira, foi criar uma história que fosse credível para os espectadores, em que "as personagens pudessem conviver umas com as outras". O enredo parte da digressão dos artistas da novela "Amor Amor", tornando possível "poderem passar na Nazaré, na Terra Brava e em muitos outros sítios".
Esta iniciativa vem possibilitar "desafios como as grandes vilãs da SIC poderem juntar-se para uma vingança global". "Queríamos que este projeto não fosse um mero retorno das personagens e que houvesse uma colagem dessas personagens", argumentou, referindo existir "toda uma história central" das novas caras que "acaba por se cruzar, de alguma forma" com as antigas.
"Procurámos, quando estávamos a urdir a história, que elas pudessem ter algum ponto de contacto com as personagens que entram", elaborou, reforçando a vontade de trazer de volta estas personagens que "ficaram na memória afetiva dos portugueses". "Sentimos que há a necessidade de recuperarmos aquilo que conhecemos, de valorizarmos aquilo que é mais nosso", continuou, sobre este processo "desafiante".
Um dos pontos mais difíceis foi "perceber em que ponto da história é que elas tinham ficado nas suas novelas". Também não foi fácil evitar que os atores "que convergiram em novelas" não o fizessem "ou que isso não fosse estranho para os espectadores". Exemplifica com Sandra Barata Belo, que, em "Nazaré", desempenhava o papel de mãe da personagem de Joana Aguiar.
"Tudo isso foi um desafio bastante estimulante para nós, para a autoria e para os guionistas, mas o resultado é bastante feliz. Acho que, para os espectadores, vai ser clara a premissa e também o desenrolar das várias histórias", considera Daniel Oliveira, que tentou "homenagear os atores e as personagens icónicas que fizeram".
A homenagem é "também para os espectadores por ser uma proposta diferente, que tem essa mais valia de todas as noites poder ser uma surpresa". "O surgimento permanente de participações especiais, de atores e personagens que as pessoas reconhecem de outros locais cria um interesse renovado todas as noites para quem está a ver televisão", considera Daniel Oliveira.
"Que esta celebração da ficção da SIC não deixe de ter presente as pessoas que também a fizeram, e que hoje em dia não estão cá"
Fazer os atores regressarem às personagens anteriores também não foi fácil, principalmente em casos como o de Custódia Gallego, que volta a assumir o papel de Gi Coutinho em "Laços de Sangue", que interpretou há 12 anos. "Ela tinha como companheiro de cena, em grande medida, o João Ricardo. Portanto, o desafio aí é enorme. De recuperar uma personagem, de não ter o par da personagem", acha Daniel Oliveira.
O diretor-geral de entretenimento da SIC não deixou de mencionar os atores destas novelas que entretanto morreram, recordando João Ricardo, que morreu em 2017, vítima de um tumor maligno no cérebro, Maria João Abreu, que lutou contra um aneurisma cerebral em maio de 2021 e acabou por morrer, e Rogério Samora, que perdeu a vida em dezembro do mesmo ano, depois de sofrer uma paragem cardiorrespiratória.
"Que esta celebração da ficção da SIC não deixe de ter presente as pessoas que também a fizeram e que hoje em dia não estão cá", disse Daniel Oliveira, deixando "uma nota para atores que não estão entre nós, mas que foram muito importantes para alguns dos atores que hoje em dia estão nesta história".
Também eles estarão, "de alguma forma, representados" em "Lua de Mel", salvaguardou.