As novas formas de ver televisão passam cada vez mais por se privilegiar serviços de streaming e menos os pacotes por cabo. E a explicação é simples: enquanto num pacote por cabo é obrigado a pagar um valor fixo por canais que provavelmente nunca vai ver na vida, plataformas como a Netflix ou a HBO oferecem uma curadoria específica que lhe permitem saber exatamente ao que vai no momento em que se compromete com uma subscrição. E aqui não há fidelizações ou contratos para lhe dar dores de cabeça em caso de descontentamento. Basta carregar num botão e está livre de uma mensalidade.
Depois da Disney, que se prepara para lançar o seu novo serviço de streaming em novembro, é a vez da Apple apresentar a sua proposta.
Num mercado de telemóveis cada vez mais saturado, e num momento crítico em que há menos utilizadores a trocar de iPhone de ano para ano, é nos serviços que a multinacional tecnológica pretende crescer — como o Apple Pay, a App Store, a Apple Music e agora o Apple TV+.
O novo serviço de streaming da empresa fundada por Steve Jobs tem data de lançamento marcado para 1 de novembro e, ao contrário do que os rumores pareciam fazer prever, não parece que a ideia seja competir com a Netflix.
Tal como escreve a revista "The Verge", a Netflix aposta na variedade de conteúdos e na ideia de que, independentemente do seu estado de espírito ao final de um dia de trabalho, vai haver alguma coisa nova em catálogo para que possa ver.
Segundo aquilo que tem sido revelado, a Apple TV+ promete pautar por outras linhas e assemelhar-se àquilo que sempre foi a identidade da HBO, a casa de séries marcantes e de culto como "Os Sopranos", "Sete Palmos de Terra" ou "The Wire".
É que o novo Apple TV+ vai ser lançado no mercado com apenas nove conteúdos originais — mas com um estilo bem vincado e que não se encontra em qualquer outra plataforma.
Que conteúdo está confirmado?
Além de um programa com Oprah Winfrey, o novo thriller de M. Night Shyamalan, um filme com Anthony Mackie e Samuel L. Jackson, estão também confirmadas as séries "See", com Jason Momoa e "The Morning Show", com Jennifer Anniston e Reese Witherspoon nos papéis principais.
A revista digital "The Verge" adianta que tanto "See" como "The Morning Show" terão tido um orçamento de quase 14 milhões de euros por episódio.
Os elencos estão repletos de grandes nomes do cinema e da televisão e, embora a Apple seja nova nas andanças do streaming, tem mais dinheiro (cerca de 190 mil milhões de dólares, segundo a CNBC, devido à venda de equipamentos) para suportar, mais do que qualquer concorrente, longos períodos de perdas financeiras.
Quanto vai custar a Apple TV+?
O primeiro ano do serviço é gratuito para quem comprar novos iPhone, iPad, Mac ou Apple TV — o que reforça a ideia de que a empresa não tem medo de perder dinheiro no primeiro ano, se isso significar atrair subscritores. A oferta é válida a partir de 1 de novembro, data em que o serviço chega também a Portugal.
Utilizadores que já sejam portadores de qualquer um destes equipamentos não estão abrangido.
Mas mesmo para esses utilizadores há um período de teste de apenas sete dias em que vai poder testar a plataforma sem gastar um cêntimo. Terminado esse tempo, a subscrição é automaticamente ativada por 4,99€ para toda a família.
Em que plataformas vai funcionar?
O catálogo da Apple vai estar disponível na web, através de qualquer navegador como o Google Chrome ou o Firefox, ou através da nova aplicação Apple TV que vai ser compatível com iPhone, iPad, Mac, televisões LG, Sony e Samsung.
Está previsto que, na primavera, seja lançada uma versão da app da Apple TV para computadores Mac.