A 25 de janeiro de 1985, 46 artistas reuniam-se nos Henson Studios, em Los Angeles, para gravar "We Are The World". O single é, até aos dias de hoje, o oitavo mais vendido da história da música pop e foi escrito por Michael Jackson e Lionel Richie.
Quatro décadas depois, há muitas histórias de bastidores para contar e são esses segredos que serão revelados no documentário "A Grande Noite da Pop", que chega à Netflix a 29 de janeiro.
USA for Africa, assim ficou designado o coletivo, reuniu no mesmo estúdio, cantando a uma só voz, Stevie Wonder, Tina Turner, Billy Joel, Diana Ross, Bruce Springsteen, Cyndi Lauper, Bob Dylan, Bette Middler e vários membros da família Jackson.
"'A Grande Noite da Pop' retrata o esforço gigantesco de montar a superbanda mais impressionante de sempre, numa era anterior aos telemóveis e ao e-mail", descreve a Netflix em comunicado. O documentário é realizado por Bao Nguyen, autor de outros formatos de não-ficção, como "Be Water", sobre a vida e carreira de Bruce Lee, e "Live from New York", sobre os 40 anos do programa de humor norte-americano "Saturday Night Live".
À semelhança do que tinha acontecido em 1984, com a música "Do They Know It's Christmas", da Band Aid, uma iniciativa do músico Bob Geldof, o objetivo de "We Are The World" era angariar fundos para combater a fome no continente africano, em especial na Etiópia, que na altura atravessou uma crise alimentar que matou mais de um milhão de pessoas.
O objetivo, como infelizmente sabemos em 2024, não foi alcançado mas, desde o lançamento, a música angariou o equivalente atual a 153 milhões de euros, que foram distribuídos para projetos de curto e longo prazo de combate à fome e à pobreza no continente africano. 10% desse valor foi aplicado em projetos de apoio à população sem abrigo nos Estados Unidos.