Depois de uma semana marcada pela liderança algo contraditória de Angélica, que levou Soraia ao limite e ainda causou uma grande discussão no seio dos Kamikaze, entre a líder e Daniel Monteiro, a gala do "Big Brother 2020" deste domingo começou com um alerta: a casa estava em perigo, e a noite seria de surpresas.
Cláudio Ramos, que se sente muito mais à vontade num estúdio com uma plateia composta, avisou que vinham aí mudanças. Para além da expulsão e das nomeações, a gala reservava imunidades, recompensas e algo nunca antes visto na história dos reality-shows: o público a ter uma palavra a dizer sobre quem ia "à chapa". Sim, os portugueses tiveram o poder de nomear os concorrentes.
Com Soraia, Ana Catharina e Slávia em risco de expulsão, depois de Noélia ser salva pelos portugueses durante a semana, a gala deste domingo pode virar o jogo. Mas este foi um programa meio sem sal, sem grandes momentos ou episódios de vergonha alheia — basicamente, tudo aquilo que queremos num programa do género. Mesmo insonso, vamos perceber o pior e o melhor da última gala do "Big Brother 2020".
PIORES MOMENTOS
1. Tenho um novo ódio de estimação. Sónia, já não está a dar
A concorrente do Porto começou fortíssima no "BB Zoom" e conquistou a grande maioria dos fãs do programa. Sem papas na língua, espontânea, divertida, Sónia entrou a dar tudo na primeira fase do programa e também levou consigo a boa disposição para dentro da casa. Mas, pouco e pouco, a energia da vendedora ambulante começou a esmorecer. Primeiro foram as saudades da família, que a faziam ameaçar desistir a cada cinco minutos. O seu Vitó pediu-a em casamento, gritou para dentro da casa e até mandou aviões, e Sónia lá animava. Mas depois voltava tudo ao mesmo, e já ninguém me tira da cabeça que estas ameaças e choros constantes são mais uma forma de chamar a atenção que outra coisa.
Depois, e apesar de continuar a afirmar que é neutra, aliou-se claramente aos Kamikaze e faz parte da equipa de ataque a Diogo, sem ninguém perceber muito bem porquê. Ficou em choque com a expulsão do pastor Rui há umas semanas e quase que tinha um AVC quando viu Diogo e Ana Catharina regressarem à sala na gala anterior, ditando assim a expulsão de Hélder. Na mesma noite, uniu-se com Pedro Alves para infernizar Diogo, dizendo que não percebe como é que ele "não tem reações" e nada na casa lhe "suscita" atitudes. Entretanto, alguém reparou quantas vezes é que Sónia diz a palavra suscita e a usa em diferentes contextos? Deve ser tipo a palavra da semana, aprendeu-a e agora já ninguém a pára. Chegou também a dizer que adorava ir a nomeações só com Diogo, para perceber quem é que os portugueses escolhiam. Sónia, filha, eu acalmava a bazófia e tinha cuidado com o que desejas, que isso pode acabar mal.
Esta semana conseguiu ter uma postura semelhante com Noélia, quando insistiu em ter uma conversa com a algarvia para dizer o que pensava sobre determinada atitude, mesmo com a colega a repetir várias vezes que estava tudo bem. Mas Sónia insistia que não, não estava, e que ela queria era dizer o que pensava, mesmo sem qualquer interesse da sua interlocutora.
E é assim que com a saída de Pedro Soá e Hélder, Sónia começa a fazer parte dos meus ódios de estimação. Perdeu grande parte da animação, prefere canalizar as suas energias para se aliar aos Kamikazes e infernizar Diogo, e creio que, se continuar assim, vai voltar à sua banca bem mais depressa do que pensava.
2. A saída de Slávia, a mediadora de conflitos
Antes desta nova edição do "Big Brother" se estrear na antena da TVI, era muito reforçado por fontes do canal que o casting era extraordinário e feito de pessoas normais. E a verdade é que, apesar de constarem na casa as personagens do costume, também foram escolhidos concorrentes que fogem ao estereótipo de participantes deste tipo de programas, como Ana Catharina, Daniel Guerreiro, Diogo e Slávia, principalmente.
Mas se os três primeiros conseguiram marcar o jogo de alguma forma, Slávia desapareceu completamente. Dedicou-se a acalmar os ânimos de todos os conflitos na casa, nunca marcou uma posição determinante em muitas situações pontuais e apesar de todos a acharem simpática, dentro e fora da casa, acabou mesmo nomeada pelos colegas e expulsa pelos portugueses.
Tenho pena de ver a concorrente sair, até porque tinha muito mais a dar ao programa se achasse a sua voz e deixasse de ser "planta", mas também seria injusto que Slávia ficasse em detrimento de qualquer uma das outras três nomeadas. O grande problema é que vamos perder praticamente a única pessoa que se sabia vestir para as galas naquela casa, e intervalar entre os looks de ir ao pão de Ana Catharina e as lantejoulas de Iury.
3. O drama de Angélica. Querida, é só uma nomeação
A concorrente venezuelana estreou-se nas nomeações e fez todo um drama digno de novela — e calma, que não lhe foi sequer revelado que tinha sido nomeada pelo público. Assim, após o final da gala, jogou-se em cima de um puff no closet, meio prostada como se lhe tivessem amputado um pé, e chorou, chorou, chorou. Consolada maioritariamente por Iury e Sónia, pediu várias vezes às colegas para lhe dizerem como tinha sido a semana dela, se achavam que ela era uma "planta" no jogo, se era agressiva e depois ainda conseguiu dar uma de Inspetor Gadget a tentar perceber quem a tinha nomeado.
Iury lá lhe disse que nesta fase do jogo se ia a nomeações com dois ou três votos, que Portugal tinha uma comunidade forte de venezuelanos a apoiá-la e que ia tudo correr bem, dado que Angélica tinha uma postura muito presente no jogo. Estão a perceber porque é que teria sido hilariante a concorrente perceber que foi nomeada diretamente pelos portugueses, não estão? E entre a venezuelana e Pedro Alves, até podem andar os dois.
P.S.: Fui só eu a reparar que, durante a prova de Angélica, Jéssica e Sónia na piscina, em que tinham de achar chaves para ouvirem mensagens da família, a concorrente venezuelana encontrou primeiro a chave de Jéssica, mas só a entregou à colega depois de encontrar a sua? Super generosa. #sóquenão
MELHORES MOMENTOS
1. O público nomeou — e há sangue novo na chapa
Noélia e Ana Catharina continuam a ser presenças habituais, mas a dinâmica nova de nomeações obrigou a que fossem acompanhadas por Angélica e Pedro Alves, dois concorrentes que nunca tinham estado em perigo de expulsão. Com Diogo e Teresa imunes, os concorrentes que nunca tinham sido nomeados, quer pelos colegas ou por sanção da produção, estavam à mercê dos portugueses. Assim, entre Sandrina, Jéssica, Iury, Angélica e Pedro Alves, a concorrente venezuelana e o nortenho foram mesmo os escolhidos do público para ficarem em perigo de expulsão.
Quanto às nomeações dos concorrentes, estas foram feitas em dupla, sendo a terceira nomeação decidida em consenso. E apesar de Noélia e Ana Catharina não se terem safado, deixem-me ter um momento para apreciar o ridículo que foi ver Pedro Alves abraçado a Diogo no confessionário e dizer que não queria nomear homens. Pois, amigo, com Diogo imune e a escapar que nem ninja de todas as expulsões, já começaste a perceber que o melhor é mudares de estratégia, não é?
Uma nota de rodapé para o facto que somos todos muito frontais, mas ninguém nomeou diretamente o colega que os acompanhou ao confessionário, mesmo existindo duplas improváveis.
2. A imunidade de Diogo
Logo no início da gala, os quatro concorrentes masculinos enfrentaram uma prova para conquistar imunidade. Para além de aguentarem com os pés dentro de uma caixa com minhocas, os participantes teriam de dispensar a oportunidade de ouvirem uma mensagem da família. E à exceção de Pedro Alves, que preferiu ouvir as palavras de uma amiga, Daniel Guerreiro, Diogo e Daniel Monteiro permaneceram no jogo.
Diogo não teve papas na língua e, sabendo o que a noite provavelmente lhe reservaria, disse logo que estava farto de ser nomeado. Daniel Guerreiro concordou que o colega merecia a imunidade, mas Daniel Monteiro manteve-se firme, dizendo que também a queria para si. Dado que o trio tinha de chegar a um consenso, o bombeiro de Valongo acabou por concordar em ceder o privilégio a Diogo. E sim, foi claramente estratégia para ganhar pontos e porque facilmente percebeu que perdia dois a um contra a opinião dos colegas, mas foi refrescante ver Diogo salvo e escaparmos à mesma lenga lenga de todas as galas.
3. O vestido de Ana Garcia Martins
Não há muito a dizer, a não ser que podem mandar um de cada cor cá para casa. Curto, assimétrico e numa das cores tendências da estação, Ana Garcia Martins elevou a fasquia do estilo e deu 15 a zero a todas as concorrentes. Embora, vá, a concorrência em termos de looks também não seja propriamente forte, não é? Mas vá, Pipoca, para a semana tens de levar a T-Shirt oferecida pelo Pedro Soá — foi o homem gastar o dinheiro todo da app naquilo para agora esnobares? Não se faz.