Quem viu Cláudio Ramos e Manuel Luís Goucha na condução da gala de estreia da nova edição do "Big Brother" nunca diria que: 1) nunca tinham trabalhado juntos; 2) tiveram apenas três dias para preparar o programa.
A abordagem inicial aconteceu a 14 de junho, numa reunião com Cristina Ferreira. "Aí percebemos que havia esta ideia que, contudo, não ficou confirmada. Só ficou oficialmente confirmada quarta-feira [8 de setembro]", relembra Manuel Luís Goucha.
O segredo ficou guardado a sete chaves e, ao longo de quase três meses, quase todos os nomes dos apresentadores da TVI estiveram em cima da mesa. A decisão final só aconteceria na semana de estreia do programa. "Era uma hipótese muito desejada pela Cristina [Ferreira] à qual nós aderimos. A partir daqui há outros trâmites", explica Manuel Luís Goucha, que revelou também que só contou ao marido, Rui Oliveira, que iria conduzir o reality show na sexta-feira antes da estreia.
O desejo de integrarem um projeto não era novo e, por fim, as estrelas alinharam-se para que tal acontecesse. "Já queríamos trabalhar juntos há muito tempo. Quando nos encontrámos na TVI e fizemos um 'Em Família' com a Maria Botelho Moniz dissemos 'era giro fazermos uma coisa juntos'", recorda Cláudio Ramos, enfatizando os pontos que têm em comum. "Temos o mesmo sentido de humor e acho que temos o mesmo entendimento na forma de fazer televisão, que é divertir, divertindo-nos. Acho que isso é fundamental e que acaba por nos 'casar'", explica o apresentador do "Dois às 10!.
No rescaldo do programa, em declarações à comunicação social, os apresentadores fizeram um balanço positivo da gala de estreia. "Correu muito bem. Parece que trabalhamos juntos há muito tempo", disse Goucha que elegeu um fato florido, uma criação de Paulo Battista. Já Cláudio Ramos manteve-se fiel à marca Prassa, que também vestiu nas edições anteriores de "Big Brother".
"Todos trazem para o programa temas que podem ser debatidos"
Esta é a primeira vez na história da televisão portuguesa que um programa de entretenimento é apresentado por uma dupla masculina e a única edição europeia do "Big Brother" com dois homens na condução do formato (aconteceu apenas em Israel).
Algo que Manuel Luís Goucha não esperaria que acontecesse. O apresentador de 66 anos recorda, a rir-se, a frase que proferiu várias vezes nos últimos tempos. "'Nos últimos dois anos de contrato, eu quero trabalhar menos'. Vê-se! Tem sido um ano diabólico", diz.
Cláudio Ramos conduziu sozinho "Big Brother 2020", a edição que marcou o regresso do reality show à TVI, além de ter coapresentado "Big Brother - Duplo Impacto" com Teresa Guilherme. Já Manuel Luís Goucha teve uma única experiência neste tipo de formato em 2018, na condução da sétima edição de "Casa dos Segredos" e de "O Reencontro". O apresentador do programa das tardes da TVI recorda que se sente "tranquilo" ao fazer dupla com Cláudio Ramos, algo que não acontecia em "Casa dos Segredos 7", em 2018, que conduziu a solo.
O veterano da TVI afirma que há um "ponto comum" entre o elenco de "Secret Story 7" e os 20 concorrentes desta edição do "Big Brother". "Todos trazem para o programa temas que podem ser debatidos", diz Goucha. "Acho que o importante é que eles venham para se divertir e, se trouxerem para cima da mesa uma discussão, melhor. O 'BB2020' ficou muito marcado por isso", afirma Cláudio Ramos, elogiando o elenco, que considera "maravilhoso".