Rui Baptista foi o concorrente expulso diretamente pelo líder na gala deste domingo, 3 de outubro. Há cerca de 10 anos, faleceram o pai e o avô e passou a ser o único homem da família.

"Foi o pior momento da minha vida, sem dúvida. Acho que depois disso muito dificilmente posso ter um momento pior. Posso vir a ter igual, quando perder a minha mãe ou a minha avó, mas a forma como eu perdi o meu pai foi muito dura para mim", contou, em conferência de imprensa. "Era um miúdo que não sabia de todo quais eram as responsabilidades da vida e de um momento para o outro essas responsabilidades caíram-me em cima e eu tive, a partir daí, de começar a olhar pela minha mãe, pela minha avó e pelo meu avô, que acabou por falecer no ano a seguir".

Em conversa com os jornalistas, Rui explicou que os médicos deram três meses de vida ao progenitor, que acabou por morrer em menos de um mês. "É aquela notícia que nenhum de nós acredita. Nós recebemos aquela notícia como uma bomba, mas eu nunca achei que o meu pai ia morrer. Sempre achei que ia dar a volta e que ia superar essa situação".

O ex-participante recordou o momento: "Estava à porta do quarto porque estava-se a aproximar a hora da visita. O meu pai estava nos Cuidados Intensivos e eu podia ir 15 minutos ao pé dele. Estava eu, a minha mãe e a minha avó, os três no hospital. (...) Eu vi os médicos e os enfermeiros a correrem muito rápido, entrei no quarto e percebi que era para o meu pai. Passado uns minutinhos, saiu apenas uma pessoa do quarto, que veio ter connosco e deu a notícia que o meu pai tinha acabado de falecer".

Para Rui Baptista, a vida mudou naquele instante. "O que eu fiz foi abraçar a minha mãe e a minha avó e dizer-lhes que, a partir daquele momento, podiam contar comigo para tudo. E assim foi, até aos dias de hoje e vai continuar a ser até eu não poder. Esse é o meu objetivo de vida”, revelou, em conferência de imprensa.

No "Big Brother", já tinha partilhado com os colegas que, quando a percebeu que a avó, de 80 anos, não tinha capacidade para levar os seus dias de forma autónoma, decidiu levá-la para sua casa. Atualmente, vivem os dois sozinhos e é seu cuidador há dois anos. Enquanto esteve no programa, a avó ficou com a mãe de Rui, que é nora, apesar de terem uma relação de mãe e filha.

"Quando me viam um bocadinho mais introspetivo e se calhar um bocadinho mais pensativo, eu não estava a pensar em jogo nenhum, eu estava a penar na minha avó".

A passagem pelo reality show fica marcada por períodos de grande preocupação, sobretudo na segunda semana, em que sentiu impotente ao saber que a avó tinha caído e partido a clavícula. Rui garantiu que a familiar está bem, mas usa um colete cervical e espera-lhe um longo período de recuperação. "Não estava, de todo, descansado, porque a minha a minha vida não me permitia estar descansado, sem pensar nelas [mãe e avó]. E isso fez com que eu tivesse muitas saudades", confessou aos jornalistas.

O ex-concorrente fez, ainda, referência aos comentários de António Bravo, que alegou um papel de "coitadinho" como eventual estratégia de jogo. Facto é que, até ser expulso, não tinha conhecimento de nada e gostava bastante do colega, mas assegura que "está extremamente equivocado" e "não sabe nada" sobre a sua situação. Como exemplo, menciona o facto de não ter contado a ninguém a queda da avó. "Eu sou uma pessoa extremamente positiva. Se tenho coisas más na vida? Tenho, tal como toda a gente e falei sobre elas, até porque isso faz parte do programa, todos nós temos histórias fortes de vida”, reforçou.

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As circunstâncias da vida fizeram sobressair o lado mais protetor do ex-concorrente e é evidente o carinho com que fala da família. Garante que se sentiu sempre muito apoiado pelos que lhe são próximos e não tem dúvida de que estão satisfeitos com a sua prestação.

“Eu tinha duas maneiras de ver as coisas: podia ficar revoltado com a vida, — e não digo que não tenha ficado, porque acho que as coisas podiam ter sido diferentes, acho que podia ter tido o meu pai muito mais do que apenas 22 anos — mas sinto-me sortudo por ter a mãe que tenho, por ter a avó que tenho e portanto é isso que eu valorizo".

Rui Baptista explica que escolhe ver o lado positivo em tudo e prefere passar os dias com a mãe e a avó, mesmo que isso implique colocar a sua vida em "standby", do que lamentar a morte do pai. "A vida tem que seguir em frente e eu sei que tenho outras pessoas que também precisam de mim e que eu preciso delas e me dão muito apoio. Eu só quero retribuir e fazer tudo o que consiga para elas estarem bem".

Assegura que, dentro da casa, mostrou a sua verdadeira essência, mas perdeu, mais facilmente, a paciência. Ainda assim, acredita que não ofendeu nem desrespeitou os companheiros e manifestou sempre a sua opinião.

Aos 31 anos, entrou na casa mais vigiada do País na esperança de novas oportunidades e de poder ajudar, ainda mais, a mãe e a avó. Agora, mostra-se aberto a tudo o que possa surgir, mas receia que talvez fosse preciso estar mais tempo no jogo.

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